Exercício e apetite

Quem já fez exercício de alta intensidade sabe que, muitas vezes, ocorre supressão do apetite após o treino. E isso sempre foi correlacionado com alteração em hormônios e peptídeos que regulam a fome e saciedade. Porém, esse artigo de 2017 sugere que a causa não seja bem essa. Nesse estudo, realizado com meninos de 10-18 anos (com peso normal e com sobrepeso/obesidade), foi feito um protocolo de exercício de alta intensidade, análise de biomarcadores de apetite, inflamação, estresse, controle glicêmico e aplicação de uma escala visual análoga de apetite. O estudo confirmou que, em adolescentes, ocorre o mesmo que em adultos: exercício de alta intensidade suprime o apetite, independente do peso do indivíduo. Além disso, foi demonstrado que o exercício de alta intensidade: aumentou marcadores inflamatórios como interleucina-6 (IL-6) e fator de necrose tumoral α (TNF-α); cortisol; glicemia e insulina apenas em meninos com peso normal e diminuiu os níveis de grelina (hormônio que aumenta o apetite). Além disso, após correlacionar essas alterações com o apetite, o único marcador que teve uma correlação inversa significativamente estatística foi a IL-6. Você pratica exercício de alta intensidade ou deseja praticar? Embora o artigo possua algumas limitações, os autores concluem que é principalmente o aumento da citocina inflamatória IL-6 que influencia na supressão do apetite após exercício de alta intensidade, embora a diminuição da grelina e aumento de cortisol possam influenciar também nesse processo. Procure profissionais da saúde para orientá-lo tanto na prática do exercício (educador físico), quanto na suporte alimentar para esse tipo de exercício (nutricionista).

Probióticos e Inflamação

Já falamos aqui no Nutrir com Ciência da importância das bactérias intestinais para a saúde humana. Os probióticos são microorganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, trazem benefício a saúde o homem através do seu impacto no trato digestivo. Nesse meta-análise publicada em 2017 foi avaliado o efeito dos probióticos em marcadores de inflamação como a proteína C-reativa (PCR), interleucina-10 (IL-10) e fator de necrose tumoral-α (TNF-α). De 425 estudos identificados, 20 foram incluídos na meta-análise. Os resultados da meta-análise mostraram que a administração de probióticos consegue diminuir os níveis de PCR. Entretanto, em relação aos níveis de IL-10 e TNF-α, a meta-análise não mostrou efeito benéfico dos probióticos. Vale lembrar que, os benefícios dos probióticos são muito mais abrangentes! Leia nossas outras publicações para entender mais! E nunca se esqueça, procure um nutricionista para avaliar se você precisa ou não de probióticos e quais as cepas mais interessantes para você.

Grãos integrais e microbiota intestinal

Sabemos que o desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis, como as doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipo 2 e câncer, está relacionado com o aumento na produção de marcadores de inflamação. Estudos observacionais recentes tem feito uma associação inversa com o consumo de grãos integrais e inflamação a partir da modulação da microbiota intestinal. Sabendo disso, este artigo publicado em fevereiro de 2017, avaliou o consumo de grãos integrais em 49 homens e 32 mulheres. O desenho experimental desse estudo se deu da seguinte forma: os participantes foram submetidos a uma dieta ocidental (composta por carne vermelha, carboidratos simples, alimentos processados, pouca ingestão de frutas, vegetais, grãos integrais e peixes) durante 2 semanas e após esse período os participantes foram divididos em um grupo que recebeu uma dieta com grãos refinados e outro que recebeu uma dieta com grãos integrais durante 6 semanas. Os autores concluíram que o consumo de grãos integrais proporcionou um efeito positivo na microbiota intestinal e na produção de ácidos graxos de cadeia curta. Mas antes de aplicar esses dados na sua rotina, procure um nutricionista!!!