Proantocianidina e intestino

Na última semana falamos sobre o papel do microbioma e dos probióticos. Embora o uso de probióticos possa ser interessante em várias situações, modular a alimentação tem um impacto muito importante para melhorar o intestino. E, dentre os alimentos que são importantes, essa revisão de 2020 discute sobre as proantocianidinas, encontradas em alimentos como frutas, chás, cacau, oleaginosas e vegetais. As proantocianidinas conseguem melhorar a barreira intestinal e modular o sistema imune no intestino, diminuindo a inflamação local. E isso pode ajudar a melhorar a função intestinal e controlar doenças. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

 

Exercício e microbiota

A relação entre exercício físico e microbiota intestinal é complexa. Tanto o exercício pode influenciar na microbiota, quanto a função intestinal pode influenciar na saúde do atleta e na performance esportiva. Dessa forma, estudos investigando o papel da modulação da microbiota intestinal em atletas tem aumentado nos últimos anos. Essa revisão publicada esse ano discute justamente sobre isso. Os autores colocam que diferentes tipos de exercícios podem impactar na quantidade e variedade das bactérias intestinais. No caso de atletas, com alto grau de treinamento, existe risco maior de inflamação e disfunção na permeabilidade intestinal. Por outro lado, alguns estudos já demonstram que o uso de probióticos pode ajudar a diminuir esses sintomas, contribuindo para a saúde do atleta. Porém, ainda são necessários mais estudos para propor alguma dose ideal de probiótico e para estipular se existe alguma cepa mais importante do que outra. Mas uma coisa já se sabe, modular o intestino, direta ou indiretamente, vai trazer benefícios para atletas. E existem várias estratégias para fazer essa modulação intestinal. Procure um nutricionista para orientá-lo melhor.

Licopeno, chocolate e intestino

Modular o intestino é muito importante. E a microbiota intestinal sofre influência da alimentação. Alguns alimentos são considerados prebióticos, que vão servir de alimentos para as “bactérias boas”, aumentando sua quantidade no intestino. De modo interessante, esse estudo avaliou o impacto do consumo de licopeno e de chocolate amargo na microbiota de indivíduos adultos com obesidade moderada. Foram administradas 2 doses diferentes de licopeno (7 ou 30 mg) e 10 g de chocolate amargo (70% cacau). Após análises, foi observado que o grupo que recebeu licopeno, aumentou Bifidobacterium adolescentis e Bifidobacterium longum. Já o grupo que recebeu chocolate amargo, aumentou Lactobacillus. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Microbiota e autismo

Nós últimos anos tem surgido alguns estudos que sugerem que uma alteração na microbiota intestinal pode ser um dos fatores envolvidos no desenvolvimento do transtorno de espectro autista (TEA). Além disso, vários estudos mostram uma associação entre alteração da microbiota intestinal e sintomas neurocomportamentais em crianças com TEA. Pensando nisso, estudos tem investigado o papel da utilização de probióticos nessas crianças. Nessa revisão de 2019 os autores abordam a presença de disbiose em crianças com TEA e colocam que dentre vários mecanismos que podem estar associados com essa relação entre o intestino e o cérebro, o papel da inflamação, alteração na via da serotonina e alteração na formação de ácidos graxos de cadeia curta, que ocorre em situações de disbiose intestinal, são uns dos principais responsáveis por gerar alteração no cérebro de crianças com TEA. Além disso, os autores colocam que o uso de probióticos, em especial múltiplas cepas (incluindo Lactobacillus, Bifidobacterium e Coccus), pode ser uma estratégia interessante para auxiliar na melhora dos sintomas neurocomportamentais e alterações intestinais nas crianças com TEA. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Dieta, microbiota e humor

Situações como estresse, ansiedade e depressão estão cada vez mais frequentes na população. Se você me acompanha por aqui, já sabe que várias questões nutricionais podem influenciar nesses problemas. Nesse estudo publicado em 2019, os autores avaliaram a presença de sintomas de depressão, ansiedade e estresse (através da escala DASS-42) em indivíduos adultos e associaram com a microbiota intestinal e com a dieta. Após análises, foi encontrado uma associação entre a escala DASS42 e 28 bactérias, incluindo uma relação inversa entre ansiedade e Bifidobacterium em mulheres e uma relação inversa entre depressão e Lactobacillus em homens. Já em relação à dieta, foi observado uma relação inversa entre o consumo de frutas e sintomas depressivos. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Probiótico e cognição

Se você me acompanha, sabe que já coloquei vários estudos falando da relação entre o intestino e o cérebro. Agora em 2019, autores Japoneses publicaram um estudo realizado com idosos com prejuízo cognitivo leve e que receberam probióticos. Esses idosos receberam Bifidobacterium breve por 24 semanas e, após os testes, observou-se uma melhora da cognição nesses indivíduos. Mas vale destacar que o estudo foi com um número pequeno de pacientes e que mais estudos ainda são necessários. Porém, uma coisa é fato, a relação entre o intestino e o cérebro está cada vez mais clara! Assim, procure um profissional para orientá-lo melhor.

 

Aditivo alimentar e intestino

Já falei várias vezes sobre a importância de ter um intestino funcionando bem e uma microbiota adequada. Mas você sabia que os aditivos alimentares (presentes na maioria dos produtos industrializados) podem influenciar no intestino? Essa revisão de 2018 aborta justamente isso. Os autores colocam que os aditivos alimentares, em especial os espessantes, podem piorar a microbiota intestinal, aumentar a inflamação e aumentar a permeabilidade intestinal. E, com o intestino alterado, pode-se piorar várias funções do organismo e aumentar o risco de vários sintomas, como compulsão alimentar. Sobre esse ponto, alguns estudos já sugerem que o alto consumo de aditivos alimentares podem alterar peptídeos cerebrais relacionados com o controle da fome e saciedade. Ou seja, quanto mais alimento in natura você consumir e menos industrializado, melhor. Procure um nutricionista para orientá-lo melhor.

Prebiótico e osso

Mês passado falamos do intestino para a melhora do fígado. Mas os estudos mostrando os benefícios de modular o intestino não param. Nesse estudo de revisão publicado em 2018 os autores colocam o papel dos prebióticos (que funcionam como os “alimentos” para as bactérias do nosso intestino) no metabolismo ósseo. Os autores colocam que o uso de prebióticos pode melhorar o funcionamento intestinal, melhorar a microbiota e diminuir a permeabilidade intestinal e, tudo isso, contribui para diminuir a inflamação e melhorar o metabolismo ósseo. Além disso, os prebióticos ajudam a melhorar o metabolismo do cálcio, melhorando a absorção desse nutriente que é importante para a saúde óssea. Não sabe como adicionar probióticos no seu dia-a-dia?! Procure o seu nutricionista!

Curcumina e intestino

Com frequência o tema curcumina aparece por aqui, não é mesmo. E de fato, esse composto presente no açafrão da terra tem diversos efeitos benéficos para a saúde. Mas você sabia que existe uma relação entre microbiota e curcumina? Nessa revisão publicada esse ano os autores abordam essa associação bidirecional entre curcumina e microbiota intestinal. Por um lado, a curcumina pode ajudar a modular de forma benéfica a microbiota intestinal, além de diminuir a inflamação do intestinal. Por outro lado, a microbiota intestinal pode influenciar na biodisponibilidade da curcumina. Quer saber como utilizar e a melhor forma de aproveitar os benefícios desse composto? Procure um nutricionista! Ele é o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação!

Intestino e fígado

O bom funcionamento intestinal e uma microbiota intestinal adequada são dois pontos que influenciam em vários órgãos, incluindo o fígado. De forma bem interessante, esse estudo de 2018 avaliou a relação da microbiota intestinal com marcadores envolvidos da cirrose hepática e hepatite. Primeiros os autores demonstraram que o número de Enterobacteriaceae, Enterococcus, Staphylococcus aureus e Saccharomyces estavam aumentados em pacientes com cirrose hepática e hepatite. Por outro lado, esses pacientes tinham níveis diminuídos de Lactobacillus, Bacteroides, Bifidobacterium e Clostridium. Além disso eles também observaram que os níveis de IL-17 estavam aumentados e de vitamina D diminuídos em pacientes. De forma interessante, os autores também demostraram algumas associações nos pacientes com cirrose hepática:

Enterobacteriaceae correlacionou-se positivamente com o tempo de protrombina;

Enterococcus correlacionou-se positivamente com os níveis de alanina aminotransferase e aspartato aminotransferase;

Bifidobacterium correlacionou-se negativamente com a aspartato aminotransferase e fosfatase alcalina;

Bacteroides correlacionou-se negativamente com o nível de aspartato aminotransferase e com o tempo de protrombina.

Ou seja, a microbiota intestinal pode influenciar no funcionamento hepático. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!