Polifenois, intestino e humor

Uma alimentação adequada é super importante para auxiliar a melhor do humor. Nessa revisão desse ano, os autores discutem sobre o papel dos polifenois dietéticos na regulação do intestino e do humor. Uma dieta rica em frutas, verduras e especiarias proporciona uma grande quantidade de polifenois. Esses polifenois podem atuar diminuindo a inflamação do intestino e melhorando a microbiota, o que comunicaria o cérebro e melhoraria já de forma indireta, o humor do paciente. Além disso, alguns polifenois também conseguem atravessar a barreira hemato-encefálica e chegar no cérebro, agindo de forma direta diminuindo a inflamação no cérebro, aumentando a neurogênese e melhorando o humor. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Probióticos e SOP

A síndrome do ovário policístico (SOP) é uma desordem endócrina caracterizada por várias alterações clínicas e metabólicas. Uma alteração bem comum de se encontrar é o aumento da inflamação. Nesse estudo publicado em 2018, os autores utilizaram 4 cepas de probióticos (Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus plantarum, Lactobacillus fermentum e Lactobacillus gasseri), na quantidade de 1 bilhão de UFC de cada uma das cepas ou placebo, em mulheres com SOP e avaliaram a influência dessa intervenção no peso corporal e em marcadores de inflamação. Após 12 semanas, quem utilizou probióticos, diminuiu mais o peso corporal, o índice de massa corporal (IMC) e tiveram um aumento nos níveis plasmáticos de IL-10 (uma citocina com ação anti-inflamatória). Ambos os grupos (probiótico e placebo) tiveram uma diminuição de marcadores inflamatórios (IL-6 e PCR ultrassensível). Embora ainda sejam necessários mais estudos, sugere-se que o uso de probióticos possa auxiliar na modulação da inflamação nas mulheres com SOP, o que melhoraria os aspectos fisiopatológicos dessa doença. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Obesidade, intestino e cérebro

A obesidade está associada à várias comorbidades, incluindo problemas de cognição/memória. Mas você sabia que um dos links para esses dois problemas é o intestino? Nessa revisão publicada agora esse ano os autores colocam que as alterações dietéticas associadas à obesidade (maior consumo de açúcares e de gordura saturada) levam a uma alteração na microbiota intestinal. Essa alteração, por sua vez, influencia de forma direta e indireta no cérebro, causando, dentre vários problemas, alteração na funcionalidade do hipocampo (que é uma região cerebral relacionada à formação de memória). Dessa forma, a memória e a atenção podem ficar prejudicadas. Dessa forma, controlar a obesidade e melhorar o intestino pode ajudar a melhorar o funcionamento cerebral. Por isso, procure por um bom nutricionista!

Intestino e TDAH

Inúmeros estudos mostram a relação bidirecional entre intestino e cérebro. O funcionamento do intestino e a microbiota influenciam tanto no neurodesenvolvimento quanto em várias funções no cérebro adulto. Nesse estudo publicado agora esse ano, os autores avaliaram a microbiota de crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e associaram com os sintomas que essas crianças possuíam. E sabe o que eles demonstraram? Que as crianças com TDAH tinham menos Faecalibacterium (uma bactérias comensal do intestino) do que crianças sem TDAH. Além disso, em crianças com TDAH, o aumento de Faecalibacterium era associado com menos sintomas déficit de atenção e hiperatividade. Ou seja, a modulação da microbiota intestinal pode influenciar em sintomas neurológicos. Não sabe o que fazer para melhorar o intestino e a microbiota? Procure por um bom nutricionista! Ele saberá orientá-lo.

Doenças neurodegenerativas

Os efeitos ambientais experimentados durante os primeiros 1000 dias de vida, representados pelos nove meses de gravidez mais os dois primeiros anos de vida, são transmissíveis à prole e às gerações subsequentes. E isso pode aumentar ou diminuir o risco de várias doenças no futuro. Essa revisão publicada em 2018 fala justamente dos fatores ambientais que podem ocorrer nos primeiros 1000 dias e que podem influenciar no risco de desenvolver doenças neurodegenerativas no futuro. Os autores colocam que o consumo de pesticida nos alimentos, excesso de metal pesado, álcool na gestação, excesso de carnes e alimentos gordurosos e deficiência de vitamina B12 e B9 podem levar a alterações epigenéticas não interessantes, podendo aumentar o risco de doenças neurodegenerativas. Por outro lado, aumento de vegetais, grão integrais e alimentos contendo fitoquímicos podem propiciar mudanças epigenéticas favoráveis. Além disso, a modulação da microbiota é de extrema importância. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

FODMAP e intestino

Ano passado já mencionei sobre dieta com pouco FODMAP auxiliando na melhora dos sintomas de síndrome do intestino irritável (SII). Esse ano, foi publicado essa meta-análise, em que foram analisados 9 estudos avaliando o efeito da dieta com pouco FODMAP em pacientes com SII. Após análises, foi confirmado que uma dieta com pouco FODMAP diminui os sintomas gastrointestinais associados à síndrome do intestino irritável, diminui dores abdominais e melhora qualidade de vida. Entretanto, 3 estudos evidenciaram que uma dieta com pouco FODMAP pode diminuir o conteúdo de bifidobacteria, o que não seria interessante. Além disso, os autores colocam a necessidade de avaliar esse tipo de dieta a longo prazo. Lembre-se, individualidade é MUITO importante. Um profissional competente e atualizado vai avaliar qual a melhor estratégia a ser utilizada com você!

Fibras e intestino irritável

O consumo de fibras através da alimentação é uma questão que os nutricionistas sempre devem ficar atentos. O consumo adequado traz vários benefícios a saúde e pode ajudar a aliviar sintomas como os da síndrome do intestino irritável (SII). Nessa revisão de 2017 os autores discutem sobre os benefícios das fibras para a SII, seus possíveis mecanismos moleculares e alguns cuidados. Os autores colocam que as fibras podem aliviar os sintomas da SII, pelo menos em parte por influenciar na melhora no transito gastrointestinal, na melhora da microbiota intestinal e no sistema neuroendócrino (fibras podem influenciar na serotonina, PYY e GLP-1 produzidos no trato gastrointestinal e que influenciam no sistema neurológico). A recomendação é o consumo de 20-35 g de fibra por dia. E, se houver necessidade, os autores colocam que pode-se fazer suplementação (uma opção interessante seria com psyllium) desde que não seja introduzida muito rapidamente (pois pode piorar os sintomas de inchaço e gases). Mas lembre-se, individualidade é MUITO importante. Apenas um profissional competente vai avaliar qual a melhor estratégia a ser utilizada!

FODMAP e instestino

A síndrome do intestino irritável (SII) é uma doença crônica intestinal que tem sintomas como dores abdominais e inchaço. Vários fatores podem contribuir para a SII, incluindo alteração na motilidade gastrointestinal, na comunicação cérebro-intestino, hipersensibilidade visceral, inflamação de baixo grau, fatores psicológicos, etc. Alterações na dieta estão sendo propostas para tratar a SII, e uma delas é a diminuição de alimentos com alto conteúdo de FODMAP. FODMAP é a sigla para monossacarídeo, dissacarídeo, oligossacarídeo fermentáveis e poliois. Os FODMAPs podem chegar ao cólon sem serem absorvidos, sendo fermentados pelas bactérias do cólon, o que gera gases, além de aumentar o conteúdo de água intestinal (devido o aumento da atividade osmótica). Dessa forma, esse estudo investigou se uma dieta sem FODMAP teria benefício para pacientes com SII. E comparou se uma dieta excluindo apenas cereais também influencia em algo. Para isso, 60 pacientes foram divididos em 2 grupos, recebendo 2 tipos de dieta: uma com exclusão de alimentos ricos de FODMAP (foram excluídos quase todos os cereais, principalmente com farinha de trigo, leite e derivados com lactose, adoçantes, mel, açúcar, suco de fruta e algumas frutas e vegetais) ou uma dieta sem cereais (a exclusão foi de todos os cereais e açúcares adicionados nos alimentos; mas leites, mel, e todas frutas e verduras foram permitidos). Após 3 meses de dieta, o grupo que diminuiu FODMAP melhorou mais da distensão abdominal e do inchaço quando comparado com o grupo que diminuiu apenas os cereais. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! Qualquer tipo de exclusão dietética desse ser muito bem analisada para ver se existe mesmo essa necessidade e, se for necessária, deve ser acompanhada por um bom Nutricionista.

Intestino e doenças neurodegenerativas

Não é novidade aqui no Nutrir com Ciência o papel da microbiota em vários outros órgãos do corpo. E, cada vez mais, estuda-se a relação do intestino em doenças neurológicas. Nessa revisão publicada esse ano os autores abordam 3 principais mecanismos básicos que medeiam a comunicação entre intestino e cérebro:

1)      Comunicação neuronal direta

2)      Mediadores endócrinos

3)      Sistema imunológico

Os autores colocam que esses 3 pontos criam uma rede de comunicação molecular que pode influenciar no desenvolvimento da doença de Alzheimer, doença de Parkinson e da Esclerose Lateral Amiotrófica. Dessa forma, os autores concluem que o uso de probióticos pode auxiliar na prevenção e no tratamento de doenças neurodegenerativas. Procure seu Nutricionista para personalizar sua dieta em prol de melhorar o intestino e avaliar a necessidade de suplementação de probióticos!

Fibra e radioterapia

A radioterapia é um tratamento muito importante no câncer pélvico, entre outros tipos de cânceres! Mesmo sendo uma estratégia de tratamento importante, acompanha alguns efeitos colaterais envolvidos com sua toxicidade, principalmente à nível de trato gastrointestinal. Porém, existem algumas estratégias nutricionais para reduzir essa toxicidade, e foi exatamente isso que os autores dessa publicação de julho de 2017 discutiram. Esses autores compararam dois grupos que foram submetidos à radioterapia pélvica, e um grupo controle. Dos dois grupos que passaram pelo tratamento com radioterapia, um dos grupos recebeu menos de 10g de fibra por dia e o outro recebeu mais de 18g de fibra por dia. Ao final da intervenção os autores concluíram que o aumento da ingestão de fibras no período de tratamento com radioterapia reduziu significativamente a toxicidade gastrointestinal induzida por esse tratamento, tanto nas observações agudas, quanto um ano após o tratamento. Mas antes de aplicar esses dados na sua rotina, procure um nutricionista!!