Probióticos

Já falamos várias vezes aqui no Nutrir com Ciência a importância da saúde intestinal para a saúde humana. Uma das formas de melhorar a saúde intestinal é a suplementação com probióticos. Nessa publicação de abril de 2017, os autores concluem que o uso diário de probióticos é seguro e que vai muito além da saúde intestinal e da melhora do sistema imunológico. Dentre os outros vários benefícios que os probióticos podem proporcionar, destacam-se:

  • Melhora da síndrome metabólica, auxiliando na melhora/prevenção da obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares;
  • Melhora e prevenção de doenças neuropsiquiátricas;
  • Possível ação anticâncer e antimutagênica.

Procure um nutricionista para avaliar a sua necessidade de prescrição de probióticos!

O segundo cérebro

O intestino é o centro da homeostase, ou seja, um órgão de extrema importância para o funcionamento e equilíbrio do organismo. Entretanto, sua atuação vai além da absorção e excreção, reflete, inclusive, na produção de hormônios e enzimas, valendo a observação que aproximadamente 80% do nosso potencial de imunidade se concentra na mucosa do intestino.

Sendo assim, a relação do intestino com o desempenho cerebral e imunológico é direta. Uma mucosa intestinal íntegra garante uma reprodução adequada das bactérias benéficas, o que reflete em uma e melhor absorção de nutrientes e eliminação de toxinas. Caso isto não aconteça o intestino torna-se permeável e extremamente vulnerável à alergias, enxaqueca, obesidade, diabetes e até mesmo ao câncer, ou simplesmente aqueles sintomas comuns da vida moderna: estresse, ansiedade, alteração de humor, depressão e prejuízo no sono.

Hoje já se sabe que há mais bactérias que compõem nossa flora intestinal do que células no organismo como um todo (são em torno de 100 trilhões). Por isso a importância de uma microbiota saudável, visto que esta interage com o cérebro, sendo capaz de modular neurotransmissores e citocinas inflamatórias, causando as alterações já citadas e outras mais, além de seu papel nas funções intestinais. Tampouco fica evidente o papel da alimentação e estilo de vida neste eixo, ou seja, devemos considerar os seguintes fatores vantajosos e perigosos :

Fatores vantajosos:

  • Consumo adequado de água;
  • Presença de fibras solúveis e insolúveis;
  • Mastigação;
  • Antioxidantes;
  • Atividade física;

Fatores perigosos:

  • Excesso de açúcares e carboidratos refinados;
  • Excesso de proteína animal, principalmente carnes vermelhas;
  • Xenobióticos e Alérgenos alimentares;
  • Desequilíbrio de vitaminas e minerais;

Em função destas considerações, você já conversou sobre seu tempo de trânsito intestinal com sua nutricionista? Já avaliaram a escala de Bristol? Será que sua saúde intestinal está refletindo em seu estado imunológico? Será que assim você não fica mais suscetível à infecções? E o mais importante: será que sua alimentação contribui para essa reação em cadeia? Estas dúvidas devem ser esclarecidas por um profissional capacitado. Cuide de sua saúde!

Por: Bruna Deolindo Izidro

Intestino e eczema

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O eczema é uma doença inflamatória crônica da pele, que normalmente acomete as crianças no primeiro ano de vida. Além disso, é caracterizado como um forte preditor para o desenvolvimento de rinite alérgica e asma. Sabendo que existe uma eficácia do tratamento de eczema com a utilização de probióticos como Lactobacillus e Bifidobacterium, esta publicação decidiu caracterizar a microbiota intestinal de crianças com eczema, e comparar com a microbiota de crianças saudáveis. Foi identificado a prevalência de 4 gêneros nas crianças saudáveis: Bifidobacterium, Megasphaera, Haemophilus e Streptococcus. Já nas crianças com eczema foram identificados outros 5 genêros: Escherichia/Shigella, Veillonella, Faecalibacterium, Lachnospiraceae incertae sedis e Clostridium XlVa. Além disso, nas crianças com eczema observou-se um aumento na Akkermansia muciniphila, que é uma bactéria associada com redução da integridade intestinal, propiciando uma maior translocação de proteínas alergênicas e, por consequência, aumentando o risco de eczema e inflamação. Vale destacar que alguns desses gêneros presentes em crianças com eczema são fortemente associados com inflamação, como por exemplo, o Faecalibacterium. Essa observação torna a alteração da microbiota um fator de risco para a incidência desta doença, e a modulação da composição bacteriana intestinal uma estratégia de tratamento. Procure um nutricionista para lhe orientar como modular essa microbiota intestinal!

Alimentação e cognição

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Que a alimentação é muito importante para a saúde todo mundo sabe. Mas você acredita que um consumo excessivo de gorduras e açúcares pode piorar a cognição, a depressão, a ansiedade, entre outras doenças neurológicas? Essa revisão publicada em outubro desse ano discute justamente isso. Após análise de vários estudos, os autores propõe que um excesso de gordura e/ou açúcares pode influenciar no cérebro via dois mecanismos principais:

1.      O excesso de gordura e açúcar pode influenciar na microbiota intestinal, diminuindo a diversidade dos microorganismos, diminuindo as Bifidobacterias e Bacteroidetes (que normalmente são benéficas ao nosso corpo) e aumentando os Firmicutes (que normalmente trazem malefícios ao nosso corpo). Essa alteração intestinal, por sua vez, aumenta a inflamação, estimula o eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal, piorando uma doenças/transtornos neurológicos como a depressão, ansiedade, esquizofrenia, autismo, além de piorar a cognição e memória.

2.      O excesso de gordura e açúcar também pode influenciar diretamente o cérebro por aumentar inflamação e estresse oxidativo, diminuir neurotrofinas como o BDNF (fator neurotrófico derivado do encéfalo), diminuir a formação de novos neurônios (neurogênese) e influenciar na comunicação entre os neurônios.

Vale destacar que essas alterações cerebrais dependem também de outros fatores. Porém, ter uma alimentação adequada e uma microbiota intestinal benéfica auxiliam no tratamento de várias doenças envolvendo o cérebro! Procure um nutricionista para melhor lhe orientar!