Efeitos do alho na glicemia e lipídios séricos

Luana Manosso

Os efeitos do alho, em especial do seu princípio ativos alicina, nos níveis de glicose e lipídeos séricos vêm sendo estudados há vários anos, com dados ainda controversos. Uma recente meta-análise publicada dia 29 de maio analisou dados de 22 estudos.

De forma interessante, após análises estatísticas, foi evidenciado que o uso do alho conseguiu reduzir glicemia em jejum, hemoglobina glicada (que avalia a média da glicemia dos últimos 3 meses), colesterol total, LDL-c e aumento HDL-c. Porém, não foi observado benefícios nos níveis de triglicerídeos.

Vale a pena destacar que os estudos utilizam extrato de alho em cápsulas e não o consumo do alimento.
(Referência: Zhao, X.; et al. Nutrients., 16(11):1692, 2024. Doi: 10.3390/nu16111692).

E lembre-se que, quando pensamos em suplementação, é sempre importante procurar um profissional da saúde para avaliar o seu caso ao invés de suplementar por conta própria.

Canela e lipídios séricos

Canela e lipídios séricos

O consumo de canela (normalmente via suplementação) vem sendo estudo em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2).

Em uma recente meta-análise, foi evidenciado que o uso de canela conseguiu reduzir os níveis de LDL-c, de triglicerídeos e aumentou os níveis de HDL-c em pessoas com DM2.

Porém, nessa meta-análise, não foi observado melhora no controle glicêmico e nem nos níveis de colesterol total.

(Meta-análise: Yu, T.; et al. Nutrients., 15(13), 2983, 2023. Doi: 10.3390/nu15132983).
Significa que todo paciente com DM2 precisa utilizar canela (seja via alimento, seja via suplemento)?

Não. Mas pode ser uma das estratégias a serem pensadas.

Oleaginosas e lipídeos séricos

Luana Manosso - oleaginosas

Quem me acompanha por aqui, é meu aluno ou é meu paciente sabe como eu gosto de estimular o consumo das oleaginosas (nozes, amêndoas, castanha do Brasil, castanha do caju, macadâmia, pistache, avelã).

Dentre os seus vários benefícios para a saúde, uma recente revisão publicada em janeiro de 2023 aborda sobre os efeitos na diminuição de lipídeos séricos, incluindo colesterol total e LDL-colesterol. Além disso, as oleaginosas parecem melhorar a função do HDL-colesterol, embora não se tenha consenso sobre os efeitos das oleaginosas na quantidade dessa lipoproteína.

(Referência: Guasch-Ferré, M.; et al. Nutrients., 15(3), 596, 2023. Doi: 10.3390/nu15030596)

Você tem hábito de consumir as oleaginosas??

Alimentação e psicose

A esquizofrenia é uma doença neuropsiquiátrica grave, que acomete mais de 20 milhões de pessoas no mundo. O que algumas pessoas não sabem, é que hábitos alimentares podem influenciar nessa doença. Os autores dessa publicação revisão vários artigos e colocam os principais pontos a serem levados em consideração quando pensamos em alimentação e esquizofrenia. Alguns estudos demonstram uma conexão entre psicoses e uma má alimentação, dieta rica em carboidrato refinado e gordura e dieta pobre em fibra, ômega-3, ômega-6, vegetais, frutas, vitaminas e minerais. Das vitaminas e minerais, o que tem mais de estudo são com vitamina B12, vitamina B6, folato, vitamina C, zinco e selênio. Também temos estudos mostrando benefícios de alguns aminoácidos, como serina, lisina, glicina e triptofano. Por outro lado, alergia alimentar parece influenciar de forma negativa na esquizofrenia. Mas vale destacar que ainda não necessários mais estudos. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Sono e criança

Uma alimentação adequada em crianças é de extrema importância para o crescimento e desenvolvimento adequados. Outro ponto bem importante é ter um sono adequado, em quantidade (número de horas) e qualidade. E essas duas questões parecem estar relacionadas. Nesse estudo publicado em 2019, os autores avaliaram o sono de crianças de 6-9 anos e a relação desse sono com ingestão calórica e de macronutrientes. Após análises, foi observado que as crianças que dormiam menos (< 7h por noite) tinham uma maior ingestão calórica, maior ingestão de gordura e maior ingestão de proteína. E isso a longo prazo poderia ser um fator de risco para obesidade. Por isso, melhorar a qualidade do sono e ajustar a alimentação são fatores bem importantes. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Ovo e ingestão nutricional

Mês passado eu coloquei um artigo falando sobre os vários nutrientes que o ovo possui, você se lembra? Mas será que a ingestão de ovos realmente aumenta a ingestão de nutrientes quando comparado com quem não ingere ovo? Foi isso que esse artigo publicado agora em 2019 investigou. Ele avaliou mais de 20.000 crianças e adolescentes e correlacionou a ingestão ou não de ovos com a ingestão de vários nutrientes. Após análises, foi evidenciado que os indivíduos que consumiam ovos ingeriam mais proteína, gordura monoinsaturada, gordura poli-insaturada, ácido alfa-linolênico, DHA, colina, luteína/zeaxantina, vitamina D, potássio, fósforo e selênio. Além disso, eles ingeriam menos açúcar. Porém, eles tinham um aumento de sódio e gordura saturada. Ou seja, com alguns ajustes alimentares, o consumo de ovos pode sim trazer benefícios para os indivíduos. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

 

Lipídeos séricos e depressão

Se você me acompanha, sabe que várias questões podem estar correlacionada com sintomas depressivos. Nesse estudo publicado esse ano, os autores avaliaram os níveis de lipídeos séricos (LDL colesterol, HDL colesterol, triglicerídeos, relação LDL/HDL) em pacientes com depressão e pacientes saudáveis. Após análises, um maior nível de LDL (152,5 vs. 134,0 mg/dl,) e uma maior relação LDL/HDL (2,82 vs. 2,21) foram observados em pacientes com episódios depressivos. Além disso, foi observado que quanto maiores os níveis de triglicerídeos, colesterol total, LDL colesterol e da relação LDL/HDL, mais grave são os sintomas depressivos. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Autista, alimentação e osso

É muito comum ver crianças com transtorno de espectro autista (TEA) se alimentando de forma inadequada. O problema é que essa alimentação ruim, além de causar deficiências nutricionais, também pode trazer outras consequências à saúde dessas crianças. Nesse estudo, os autores analisaram a adequação de calorias e macronutrientes da alimentação de crianças com TEA e viram que essas crianças tinham uma ingestão 16% menor nas calorias totais da dieta e 37% e 20% menor na ingestão de proteína e gordura, respectivamente. Ou seja, crianças com TEA se alimentavam, em especial, de maior quantidade de carboidratos. Além disso, os autores também fizeram análise de densidade mineral óssea e observaram que as crianças com TEA tinham uma menor densidade mineral óssea, sugerindo uma piora no osso dessas crianças. Embora não se posso ter certeza absoluta do motivo, o que se acredita é que essa piora no osso seja uma das consequências da alimentação inadequada dessas crianças. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!