Índice glicêmico e cognição

O assunto alimentação e cognição é um assunto recorrente por aqui. Já mostrei vários artigos que associam a alimentação com melhora ou piora da cognição. Nesse estudo agora de 2020 os autores investigaram o impacto de refeição com alto índice glicêmico em idosos portadores do alelo APOE4. Em torno de 15% da população possui o alelo APOE4 e isso aumenta em cerca de 3 vezes o risco de ter doença de Alzheimer. Por esse motivo, os autores investigaram o impacto de refeição com alto índice glicêmico em idosos com esse alelo. E o que foi observado foi que fazer refeições com alto índice glicêmico piora questões cognitivas, em especial a memória visual, memória episódica e cognição global nesses idosos. Ou seja, ajustar a alimentação para diminuir o índice glicêmico pode ser um dos pontos quando pensamos em prevenir o declínio cognitivo em pessoas com alto risco de desenvolver o Alzheimer. E lembre-se, o profissional mais adequado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista.

Citicolina e cérebro

A citicolina é um composto químico endógeno, cuja degradação origina a citidina e a colina. Estudos sugerem propriedades neuroprotetoras dessa substância. A citicolina parece aumentar sirtuínas, modular neurotransmissores e diminuir inflamação e estresse oxidativo. Mas o que temos de estudos avaliando sua funcionalidade? Para qual situação neurológica ela serviria? Essa revisão sistemática abordou justamente isso. Após avaliar 44 estudos, os autores colocam que a citicolina parece ser interessante pensando em prevenção da progressão de demências, além de melhorar funções cognitivas em pacientes saudáveis. Além disso, a citicolina também tem sido estudada para melhorar o prognóstico após acidente vascular cerebral (AVC). Entretanto, ainda são necessários mais estudos em humanos. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Café e cognição

O café é uma bebida bastante consumida no mundo todo. Vários benefícios estão sendo atribuídos ao consumo de café. Vários estudos epidemiológicos sugerem a associação do consumo de café com a melhora na performance cognitiva. Acredita-se que isso ocorra, em especial, pelo conteúdo de cafeína, que melhora a atenção e vigilância. Mas poucos estudos exploram o efeito do café descafeinado e da ingestão de cafeína do café na melhora da cognição. E foi isso que esse estudo fez. Avaliou idosos acima de 60 anos e investigou a associação entre a ingestão de café total, café descafeinado, café com cafeína e ingestão de cafeína do café com desempenho cognitivo. Após analisar mais de 2500 idosos, foi observado que a ingestão total de café, café com cafeína e cafeína vinda do café estava associada a uma melhora na cognição desses idosos. Porém, nesse estudo, não foi observado associação entre café descafeinado e cognição. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Chocolate e memória

Quem não gostaria de melhorar a memória?? E você já pensou em melhorar a memória comendo chocolate??? Nesse estudo publicado agora esse ano, os autores deram 35 g de chocolate amargo (ou chocolate branco como controle) para indivíduos saudáveis. Duas horas após terem consumido o chocolate amargo, foi observado uma melhora na memória verbal dos indivíduos. Por outro lado, o chocolate branco não trouxe benefícios. Ou seja, para melhorar a memória, o chocolate tem que ser amargo (com  pelo menos 70% cacau). Vale destacar que os participantes do estudo eram pessoas saudáveis, ou seja, ninguém tinha problema de cognição. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Compulsão e memória

O controle da fome e da saciedade tem sido muito estudado nos últimos anos. Mas os mecanismos envolvidos em uma compulsão alimentar é bem complexo! Pesquisas recentes estão sugerindo o papel da memória na compulsão alimentar e no ganho de peso! Os comportamentos alimentares são sustentados por processos de tomada de decisão neuro-cognitiva que depende da memória funcional e da memória episódica. Esses sistemas são influenciados por sinais metabólicos que fornecem informações sobre o armazenamento de energia a curto e a longo prazo, proporcionando assim um mecanismo pelo qual as necessidades nutricionais estão ligadas à motivação e ao controle comportamental. A interrupção dos sistemas de memória está ligada à desregulação do apetite e ao aumento de peso, o que sugere que trabalhar com questões de memória pode auxiliar no consumo alimentar mais saudável e diminuir a compulsão alimentar. Ou seja, existem vários fatores associados à compulsão e, com certeza, uma equipe multidisciplinar formada por nutricionista, psicólogo e médicos conseguirão um resultado muito mais interessante do que o trabalho de apenas um profissional isolado!

Cerveja e alzheimer

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O excesso de bebida alcóolica pode trazer vários malefícios à saúde. Mas, se consumida com moderação, também pode trazer benefícios, inclusive para o cérebro. Nesse estudo publicado agora em 2016 demonstrou que os consumidores de cerveja tinham uma menor agregação do peptídeo Aβ, que está associado com doença de Alzheimer. Ainda é cedo para podermos afirmar que a cerveja previne essa doença tão temida, mas é um ponto de partida para futuras investigações. Vale destacar que o excesso de bebida alcoólica pode ter efeito contrário. Se você vai poder ou não beber cerveja e a dose por semana que você poderá consumir, somente um profissional adequado saberá responder de acordo com sua idade, funcionamento dos seus órgãos (em especial o fígado), doenças pré-existentes e individualidade bioquímica e genética.