Relação entre obesidade e asma

Luana Manosso

Um recente estudo, publicado agora em agosto, com dados de mais de 60 mil adultos, demostrou uma associação entre IMC de sobrepeso e IMC de obesidade a um maior risco de asma nesses adultos.

Separando por sexo, esse risco foi maior em mulheres do que em homens. Nas mulheres, 30,8% (19,2% nos homens) da incidência total de asma foi atribuída ao sobrepeso e à obesidade.

Referência: Vartiainen, V.A.; et al. Nutrients., 16(15): 2515, 2024. Doi: 10.3390/nu16152515

Obesidade na infância e o risco de puberdade precoce

Luana Manosso (2)

O número de crianças obesas cresce cada vez mais. E a obesidade pode acarretar diversos problemas para a vida dessas crianças – a curto e a longo prazo.

Uma das consequências da obesidade é gerar inflamação no cérebro, em especial em uma região chamada hipotálamo. Essa inflamação hipotalâmica pode, dentre outros problemas, ativar neurônios que produzem GnRH, podendo estimular uma puberdade precoce.

Se quiser ler mais sobre o assunto, segue uma revisão publicada dia 31 de maio: Tzounakou, A.M.; et al. Nutrients.,16(11):1720, 2024. Doi: 10.3390/nu16111720.

Frutas, vegetais e síndrome metabólica

A síndrome metabólica (SM) representa um conjunto de fatores de risco estabelecidos, caracterizados por obesidade abdominal, pressão arterial elevada, hiperglicemia e perfil lipídico sanguíneo alterado. Das inúmeras estratégias nutricionais que podem auxiliar na prevenção e tratamento da SM, esse artigo publicado agora em 2022 destacou o papel no consumo de frutas e vegetais. O artigo foi realizado com 252 idosos e foi investigado a relação entre o número de porções consumidas de frutas e vegetais ao dia e o risco de SM. Após análises estatísticas, foi evidenciado que um menor consumo de frutas e vegetais (≤ 2 porções/dia) aumentou o risco de SM. Porém, vale a pena destacar que o consumo ideal diário de frutas e vegetais é de em torno de 5 porções por dia. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Calorias e sono

Adolescentes, em especial os que são obesos, têm mais risco de alteração na qualidade do sono. Por outro lado, ajustar a alimentação (qualitativamente e quantitativamente) parece ajudar. Nesse estudo publicado agora em 2021, os autores avaliaram o impacto de duas intervenções em adolescente obesos e com peso normal: ou eles tinham 3 dias de dieta livre (comendo a quantidade calórica que desejassem) ou 3 dias de dieta com controle de calorias (eucalórica). Essa dieta eucalórica tinha 52% de carboidrato, 30% de gordura e 18% de proteína. Em relação as calorias, a distribuição nas refeições foi de: 25% no café da manhã (7:30), 30% no almoço (12:00), 15% no lanche da tarde (17:30) e 30% no jantar (19:00). Vale destacar que todos os participantes fizeram as duas intervenções, separados por 10 dias de washout. Após análises, o primeiro dado observado foi que os obesos, quando estavam nos 3 dias de dieta livre, ingeriam mais calorias. Em obesos, a dieta com controle de calorias foi associada com menor tempo para pegar no sono e menos tempo no sono superficial. Além disso, foi observado algumas correlações interessantes: quanto maior a ingestão calórica, em especial no jantar, pior a eficiência do sono, maior o tempo de latência para iniciar o sono e menor tempo de sono profundo. Porém, vale destacar que foi um estudo pequeno e que mais estudos são necessários. Mas sim, temos evidências sobre a importante em controlar o consumo calórico quando pensamos em qualidade do sono. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Vitamina D e resistência à insulina

Inúmeras evidências apontam para o papel anti-inflamatório da vitamina D. Nesse contexto, a vitamina D parece estar envolvida em diversas doenças, incluindo infecções, doenças autoimunes, doenças cardiometabólicas, obesidade, síndrome do ovário policístico (SOP), síndrome metabólica, etc. Vale destacar que a resistência à insulina pode estar associada com várias dessas doenças, incluindo obesidade, SOP, síndrome metabólica, doenças cardiometabólicas, etc. Nessa revisão publicada em 2021, os autores revisão sobre vitamina D e resistência à insulina. Os autores colocam que a deficiência de vitamina D pode ser um dos fatores que pode acelerar o desenvolvimento de resistência à insulina. Além disso, eles colocam que a deficiência desta vitamina pode estar associada com a patogênese de doenças como a obesidade, diabetes, síndrome metabólica e SOP. Embora já se tenha muito estudos clínicos evidenciando os benefícios da suplementação de vitamina D nessas doenças associadas à resistência à insulina, os estudos envolvem populações muito heterogêneas e diferem no desenho experimental, duração e nas doses de vitamina D utilizadas. Por isso, embora a vitamina D parece ser promissora para essas situações, mais estudos ainda são necessários para se chegar a uma conclusão de dosagem e tempo de uso. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Vitamina A e obesidade

Vitamina A e carotenoides com atividade pro-vitamina A possuem várias funções importantes para o organismo. Por exemplo, auxiliam na reprodução, diferenciação celular, imunidade, visão, etc. Alguns estudos também têm investigado o papel da vitamina A e dos carotenoides na obesidade. E esse foi o tema dessa revisão agora de 2021. Os autores comentam sobre alguns estudos em humanos que mostram associação entre níveis mais baixos de vitamina A no sangue em pessoas com obesidade. Pensando em mecanismos de ação, os autores destacam dois papéis principais. O primeiro é a ação antioxidante dos carotenoides e, ao diminuir o estresse oxidativo, acaba-se também diminuindo a inflamação (que está aumentada em situações de obesidade). O segundo papel é a capacidade desses carotenoides conseguir, pelo menos em estudos pré-clínicos, diminuir a diferenciação dos adipócitos (células de gordura). Vale destacar que isso não significa que apenas aumentar vitamina A / carotenoides irá fazer a pessoa emagrecer. Mas ajustar a ingestão na alimentação é importante. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Oleaginosas e emagrecimento

As oleaginosas (ex: castanha do Brasil, castanha, nozes, avelã, macadâmia, pistache) são excelentes fontes de gordura. Porém, também são calóricas. Por isso, algumas pessoas têm medo de adicionar na dieta de pessoas que estão querendo emagrecer. Nesse estudo publicado semana passada, os autores fizeram duas intervenções em 95 pessoas com sobrepeso. Um grupo recebeu um lanche rico em carboidrato e outro grupo recebeu um mix de oleaginosas (aproximadamente 42 g com mistura de: amêndoas, castanhas de caju, avelãs, macadâmia, nozes, pistache e nozes). Ambos os grupos seguiram uma dieta hipocalóricas (-500 Kcal) por 12 semanas e depois dieta isocalórica para manutenção do peso por mais 12 semanas. Após análises, foi observado que os dois grupos perderam peso de forma semelhante (lembrando que a quantidade calórica era a mesma para os dois). Porém, o grupo que recebeu o mix de oleaginosas teve alguns benefícios que o grupo do carboidrato não teve, incluindo aumenta na saciedade, diminuição na frequência cardíaca e aumento nos níveis séricos de ácido oleico (o principal ácido graxo de deveríamos ingerir). Ou seja, vale a pena adicionar as oleaginosas na dieta, e quanto mais variar os tipos, melhor, pois cada uma tem uma constituição nutricional diferente. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Resveratrol e fígado

O resveratrol é um fitoquímico encontrado nas cascas de uva, mirtilos, framboesas, amoras, amendoins, vinho tinto, entre outros alimentos. Vários estudos em células, em animais e em humanos estão sendo realizados para investigar os possíveis benefícios do resveratrol para a saúde. Nessa revisão agora de 2021, os autores investigaram o papel do resveratrol na saúde do fígado. Estudos em células e animais sugerem que o resveratrol pode fornecer proteção hepática, pode melhorar o metabolismo da glicose e o perfil lipídico, reduzir a fibrose hepática e a esteatose hepática. Além disso, é capaz de alterar a composição de ácidos graxos das células do fígado, além de ter uma ação anti-inflamatória e antioxidante. Existem alguns estudos em humanos, porém, com alguns dados controversos. Embora alguns estudos sugiram que o resveratrol possa ajudar, em especial por diminuir inflamação, estresse oxidativo e ajudar no controle da obesidade e glicemia, ainda não podemos afirmar ou estipular uma dose ideal. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! Ele avaliará o que é melhor para o seu caso.

Leguminosas e DCV

Doenças cardiovasculares (DCV) são muito prevalentes e uma das principais responsáveis por mortes do mundo. Essas doenças sofrem muita influência da alimentação. Nenhum alimento específico faz “milagre” e resolverá todos os problemas, por isso, é bem importante ter um padrão alimentar saudável. Mas, dentro desse padrão alimentar, podemos citar alguns alimentos. Nessa revisão agora de 2021, os autores abordam o papel das leguminosas (ex: feijão, ervilha, grão de bico, etc) no que tange aspectos envolvidos com essas doenças cardiometabólicas. Essas leguminosas possuem macronutrientes (carboidratos, fibras, proteínas e lipídeos), além de micronutrientes (ex: ferro, cálcio, zinco, folato, etc) e fitoquímicos. Em conjunto, isso pode ajudar a diminuir obesidade, controlar glicemia, diminuir inflamação e melhorar a saúde intestinal e a microbiota. Tudo isso poderia contribuir para diminuir o risco de doenças cardiometabólicas. Mas mais uma vez, não adianta comer leguminosa e o resto da alimentação ser ruim. Por isso, procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Riscos da dieta sem glúten

Você tem doença celíaca ou alguma sensibilidade ao glúten não celíaca? Se sim, vai precisar eliminar os alimentos que contém glúten. Mas será que é só trocar por algo que não tem glúten?? Nessa revisão agora de 2021 os autores abordam os possíveis riscos de uma dieta sem glúten inadequada . Se a pessoa troca alimentos com glúten e fibras por um alimento industrializado, somente com farinhas refinadas e com muito açúcar e gordura e não ajusta todos os micronutrientes, essa dieta sem glúten inadequada pode aumentar o risco de obesidade, alterar metabolismo de glicose e de lipídeos, aumentando assim o risco de síndrome metabólica e doenças cardiovasculares. Por isso, é muito importantes fazer trocas alimentares saudáveis. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!