Ômega-3 e a osteoartrite

Luana Manosso

A osteoartrite é uma doença articular degenerativa, caracterizada pela destruição da cartilagem articular, resultando em uma resposta pró-inflamatória.

O ômega-3 é uma das estratégias nutricionais que vêm sendo investigada para auxiliar no tratamento dessa doença. Devido a sua propriedade anti-inflamatória, o ômega-3 influencia de forma positiva na dor, na mobilidade articular e na formação de cartilagem.

Mais especificamente, o ômega-3 demonstra um papel influente na diminuição da progressão da osteoartrite, resultando na redução da destruição da cartilagem, na inibição de cascatas de citocinas pró-inflamatórias e na produção de oxilipinas que promovem vias anti-inflamatórias.

Porém, ainda não se tem consenso de doses necessárias para suplementação, sendo necessário análise individual e levando em consideração o consumo alimentar de ômega-3.

Se quiser ler mais sobre o assunto, segue uma revisão publicada dia 28 de maio: Shawl, M.; et al. Nutrients.,16(11):1650, 2024. Doi: 10.3390/nu16111650.

3 Suplementos para diminuir a insulina em jejum de pacientes com SOP

22 - suplmentos sop

Diversas estratégias nutricionais (dieta e suplemento) podem auxiliam no manejo da síndrome do ovário policístico (SOP). De modo interessante, uma meta-análise network, publicada final do ano passado, comparou várias estratégias para o manejo de vários problemas metabólicos que são comuns na SOP.

Dentre as alterações estudadas, os autores evidenciaram que os 3 suplementos mais eficazes para reduzir a insulina em jejum dessas pacientes foram: mioinositol, ômega-3 e cromo. OBS: não significa que outras estratégias também não sejam importantes, ok? Mas essas foram as com maior comprovação segundo os autores.

(Referência: Hum X.; et al. PeerJ., 11:e16410, 2023.)

Ômega 3 e hiperatividade

Luana Manosso (42)

O ômega-3 pode trazer inúmeros benefícios para o cérebro. Um deles é trazer benefícios para crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

Meta-análise já demonstrou que suplementar ômega-3 pode ajudar essas crianças. Para melhora de hiperatividade é necessário doses maiores de 500 mg de EPA.  Já para falta de atenção e melhora de sintomas gerais, tanto doses acima quanto abaixo de 500 mg de EPA parecem funcionar.

(Referência: Chang, J.P.C.; et al., Neuropsychopharmacology., 43(3):534-545, 2018. Doi: 10.1038/npp.2017.160).

Mais uma opção nutricional para auxiliar em hiperatividade.
Para mais dicas, continue me acompanhando por aqui.

Telômeros e Ômega – 3

👉🏻Os telômeros estão localizados nas extremidades dos cromossomos, estando envolvidos na manutenção da estabilidade do genoma. Eles são considerados um “relógio biológico”, pois encurtam em paralelo com o envelhecimento. Além disso, o encurtamento desses telômeros estão associados a várias doenças relacionadas à idade.

👉🏻Dessa forma, vários estudos estão investigando estratégias que poderiam ajudar a diminuir esse encurtamento dos telômeros. Uma das substâncias que está sendo estudada é o ômega-3.

👉🏻Uma revisão de setembro desse ano aborda os dados dos estudos em humanos e em animais que investigam o efeito do ômega-3 no encurtamento dos telômeros. O que os autores concluem é que, embora os dados ainda não sejam consistentes, que a maioria dos estudos indicam um efeito benéfico do ômega-3 no tamanho dos telômeros. Porém, mais estudos ainda são necessários. 💚

📚Referência: Ogluszka, M.; et al. Nutrients., 14, 3723, 2022. Doi: 10.3390/nu14183723

Nutrição e dor crônica

A dor crônica é definida como qualquer dor persistente que dura mais de três meses. É uma condição debilitante com prevalência aumentada em idosos. A patogênese e progressão da dor crônica parece ser influenciada por uma combinação de fatores fisiológicos, psicossociais e de estilo de vida. De modo interessante, alguns desses fatores, incluindo padrões nutricionais, são passíveis de intervenções clínicas. Uma das estratégias nutricionais que pode beneficiar quem tem dor crônica é o consumo de alimentos e suplementos com ação anti-inflamatória, já que o aumento de inflamação pode piorar a dor. Neste estudo publicado agora em 2022, realizado com 318 pessoas com dor crônica e 82 pessoas sem dor, foi avaliado se os níveis de vitamina D e a razão entre ácidos graxo ômega-6 e ácidos graxos ômega-3 influenciavam nos níveis de proteína C reativa (PCR – marcador de inflamação) em pessoas com dor crônica. Após análises estatísticas, foi observado que deficiência de vitamina D (< 20 ng/mL) e relação ômega-6:ômega-3 maior do que 5 foram associados com níveis maiores de PCR, sugerindo mais inflamação. Ou seja, ajustar os níveis e vitamina D e a ingestão alimentar para propiciar uma melhor relação entre w6 e w3 pode ser interessante para quem possuiu dores crônicas. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Suplementos e diabetes gestacional

Essa semana estou falando sobre o diabetes gestacional. Terça-feira mostrei um estudo falando do impacto de bebidas no risco de desenvolver diabetes durante a gestação. O estudo que trago hoje é uma meta-análise que investigou o papel de vários suplementos nutricionais na capacidade de diminuir o estresse oxidativo em mulheres com diabetes gestacional. O diabetes gestacional pode piorar o estresse oxidativo nas mulheres grávidas, o que pode trazer várias consequências. Por isso, pensar em estratégias para diminuir esse estresse oxidativo é bem interessante. E essa meta-análise agora de 2021 demonstrou que vários suplementos conseguem fazer isso, que foram: vitamina D, vitamina D + cálcio, ômega-3 + vitamina E, magnésio + zinco + cálcio e probióticos. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista. Ele vai avaliar o seu caso e identificar o que você deve ou não suplementar.  Por fim, vale a pena destacar que suplementar não elimina a necessidade de fazer ajustes na alimentação. A alimentação continua tendo o papel mais importante quanto falamos de diabetes gestacional.

Ômega-3 e Alzheimer

A expectativa de vida da população está aumentando cada vez mais. Porém, nem todo envelhecimento é saudável. Muitos idosos acabam desenvolvendo demência ou até doença de Alzheimer. Dessa forma, pensar em prevenção de demência e doença de Alzheimer é bem importante. De modo interessante, esse estudo de corte prospectivo avaliou as concentrações de vários ácidos graxos, incluindo ômega-3, no sangue de idosos e o risco de desenvolver demência e doença de Alzheimer. Após análises estatísticas, foi observado que os idosos que tinham uma maior concentração de EPA no sangue (um dos tipos de ômega-3 de origem animal) tinham menor risco de desenvolver doença de Alzheimer. Além disso, a maior concentração de EPA também foi associada à menor risco de demências por todas as causas e de Alzheimer nos indivíduos que não tinham o polimorfismo para a APOE4 (o principal polimorfismo que aumenta o risco de desenvolver doença de Alzheimer), mas não entre os que tinham o polimorfismo. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

SOP e nutrição

Se você me acompanha a mais tempo, já viu vários postes falando sobre alguns aspectos nutricionais para auxiliar no tratamento da síndrome do ovário policístico (SOP). Já teve post por aqui falando sobre a importância da alimentação e sobre vários nutrientes e substâncias que podem auxiliar no tratamento, como probióticos, cromo, magnésio, coenzima Q10, ácido lipoico, curcumina, mioinositol, entre outros. Vale lembrar que a SOP é a doença endocrinológica mais prevalente nas mulheres em idade reprodutiva e que pode aumentar o risco de vários outros problemas. Por isso, melhorar a fisiopatologia é muito importante. E a nutrição pode ajudar muito nisso. Nessa revisão agora de 2021 os autores abordam alguns nutrientes e substâncias nutricionais que podem auxiliar no tratamento de mulheres com SOP. Os autores destacam o papel do mioinositol, resveratrol, flavonoides, vitaminas E, C, D e ômega-3. Porém, vale lembrar que existem outros nutrientes e substâncias importantes e que ajustar a alimentação também é essencial. Por isso, procure um Nutricionista para avaliar quais estratégias são mais interessantes no seu caso.

Ômega-3 e sono

O ômega-3 é muito importante para o funcionamento cerebral. Vários estudos mostram os benefícios do ômega-3 para várias doenças neuropsiquiátricas, incluindo depressão, ansiedade, doenças neurodegenerativas, entre outras. Algumas evidências também sugerem que o ômega-3 possa trazer benefícios para o sono. Porém, nesse ponto, os estudos ainda são mais escassos. De modo interessante, esse estudo publicado agora em 2021 avaliou o efeito de suplementação com óleo de peixe rico em DHA (900 mg de DHA e 270 mg de EPA) ou óleo de peixe rico em EPA (900 mg de EPA e 360 mg de DHA) ou placebo (1 g de azeite de oliva refinado) em 84 adultos por 26 semanas. Após análises estatísticas, foi observado que o grupo que recebeu o óleo de peixe rico em DHA melhorou a eficiência do sono e diminui a latência para iniciar o sono. Porém, não foi observado melhora significativa no grupo que recebeu óleo de peixe rico em EPA. No entanto, outras análises de qualidade do sono não deram significativa. Ou seja, embora os dados sugerem que talvez uma dose maior de DHA seja mais interessante quando se pensa em sono, ainda são necessários mais estudos para poder ter certeza dos resultados. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! Ele vai analisar a melhor estratégia para seu caso.

Nutrição e inflamassoma

Inflamassomas são complexos de proteínas intracelulares que se formam em resposta a uma variedade de sinais de estresse. Eles servem para catalisar a conversão proteolítica de pró-interleucina-1β e pró-interleucina-18 em interleucina-1β ativa e interleucina-18, mediadores centrais do processo inflamatório. Inflamassomas também podem promover um tipo de morte celular conhecido como piroptose. Uma ativação exagerada desses infamassomas podem estar presentes em várias doenças, incluindo aterosclerose, diabetes, doenças autoimunes, doenças neurológicas, COVID-19, entre outras. Por isso, diminuir a ativação desse inflamassoma pode ser interessante. Nessa revisão agora de 2021 os autores abordam algumas estratégias nutricionais que pode auxiliar na diminuição da ativação dos inflamassomas. Dentre essas estratégias, os autores destacam o papel do ômega-3, N-acetil-cisteína (NAC), taurina, berberina, zinco, lipoico e melatonina (OBS: melatonina é um hormônio e não pode ser prescrito por nutricionista). Mas isso não significa que todas as pessoas precisam usar tudo isso e que não existam outras estratégias que também funcionam. Por isso lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!