Dieta e intestino

As doenças inflamatórias intestinais (DII) como colite ulcerativa e doença de Crohn são caracterizadas por inflamação crônica recorrente e remitente do trato gastrointestinal. Uma das questões que age direto no intestino é a alimentação. Alguns alimentos podem impactar de forma benéfica, enquanto outros podem ser prejudiciais. Nessa revisão agora de 2021 os autores abordam justamente sobre isso. Os autores colocam 3 principais mecanismos de ação pela qual a alimentação pode impactar nas DII: modulam a microbiota, influenciam na permeabilidade e funcionamento intestinal e modulam o sistema imune. Dos alimentos ou estratégias que trazem benefícios, os autores dão destaque para: aumento de fibras, alimentos com ômega-3, alimentos com vitamina D, alimentos com zinco. Além disso, uma dieta com baixo FODMAP parece ajudar no alívio de sintomas. Por outro lado, os autores também citam alguns alimentos que parecem piorar DII como: açúcares e refrigerantes, alta ingestão de ômega-6 e gordura saturada, emulsificantes (aditivos alimentares que melhoram textura dos alimentos industrializados), glúten e excesso de carnes vermelhas. Porém, vale lembrar que mais estudos são necessários e que individualidade é muito importante. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Ômega-3 e massa muscular

O declínio músculo-esquelético é comum em alguns idosos. O risco de sarcopenia (perda de massa e função muscular) durante o envelhecimento pode aumentar o risco de quedas, fraturas e até hospitalização e morte. Por outro lado, alguns ácidos graxos parecem ter função importante para o músculo. Um dos nutrientes que está sendo estudado é o ômega-3. Nessa meta-análise publicada agora em 2020, os autores avaliaram o efeito o ômega-3 no ganho de massa muscular em idosos. Após avaliar 10 estudos, as análises estatísticas demonstraram que doses acima de 2 g/dia de ômega 3, em especial se for usada por mais de 6 meses, pode ajudar no ganho de massa muscular de idosos, além de melhorar a velocidade da caminhada. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

 

Dieta e artrite reumatoide

A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica. Ela é caracterizada por edema articular, sensibilidade articular, destruição das articulações sinoviais e inflamação sistêmica, causando, em última análise, incapacidade grave e maior risco de mortalidade prematura. Das estratégias não farmacológicas que estão sendo estudadas, podemos destacar a alimentação. Nessa revisão de 2020 os autores avaliaram o impacto da alimentação na inflamação e no intestino e esses efeitos na artrite reumatoide. Os autores colocam que uma dieta rica em ômega-3, polifenois, fibras e probióticos ajudam a diminuir a inflamação sistêmica e a modular a microbiota, ajudando a melhorar a função barreira do intestino. Isso por sua vez, pode ajudar a diminui alguns sintomas da artrite reumatoide. Porém, mais estudos ainda são necessários. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

DHA e cérebro do bebê

O ácido docosahexaenoico (DHA) é um ácido graxo poli-insaturado da família do ômega-3. Sua ingestão é de extrema importância durante a gestação. Um dos pontos que ele é importante é para o desenvolvimento estrutural e funcional do cérebro do bebê. E foi justamente sobre isso que essa revisão agora desse ano abordou. O DHA é importante para a neurogênese (formação de neurônios), plasticidade sináptica (“comunicação entre os neurônios”), para a transdução de sinal no cérebro, para a maturação dos astrócitos (uma célula da glia importante para a nutrição do cérebro e para o funcionamento geral do cérebro), para o metabolismo e captação adequada de glicose, para diminuir a inflamação, entre outras funções. Além disso, o DHA também é importante para o desenvolvimento adequado da placenta. Baixos níveis de DHA durante a gestação podem aumentar o risco de dificuldade na aprendizagem e problemas de cognição no bebê. Por isso, ajustar os níveis de DHA (alimentação + suplementação) é muito importante durante a gestação. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor.

Ômega-3 e esteatose

A prevalência da esteatose hepática não alcoólica está aumentando nos últimos anos. Vários fatores influenciam nessa doença, incluindo fatores genéticos, metabólicos, ambientais, microbiota intestinal, etc. Uma das estratégias que está sendo estudada para esteatose hepática não alcoólica é o ômega-3. Nessa revisão sistemática e meta-análise os autores investigaram justamente isso. Após analisar estudos que usaram suplementação de ômega-3 em pacientes com esteatose hepática não alcoólica, os autores demostraram que o ômega-3 ajudou na diminuição de gordura no fígado, melhorou o perfil lipídico e a obesidade desses pacientes. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Dieta e menarca

A menarca (primeira menstruação) precoce (antes dos 12 – 12,8 anos, dependendo da etnia) pode estar associada a um risco aumentado de algumas doenças, incluindo alguns tipos de câncer e doenças cardiovasculares. Mas você sabia que várias questões ambientais podem aumentar o risco dessa menarca precoce? E uma dessas questões ambientais é a alimentação e a quantidade de alguns macronutrientes. De forma bem interessante, essa meta-análise publicada agora de 2020 observou que alguns macronutrientes aumentam o risco e outros diminuem o risco de menarca precoce. Após análises, foi observado que uma dieta com aumento de calorias, aumento de ingestão proteica (em especial proteína animal) e aumento de PUFAs (ácidos graxos poli-insaturados, que incluem a família do w6 e w3) aumentam o risco de menarca precoce. Por outro lado, aumento de fibras e de MUFAs (ácidos graxos monoinsaturado, que incluem a gordura do azeite de oliva, abacate, etc) diminuem o risco de menarca precoce. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Probióticos, ômega-3 e inflamação

Uma inflamação de baixo grau crônica está associada a um risco aumentado de várias doenças, incluindo diabetes, obesidade, doenças neurológicas/psiquiátricas, doenças cardiometabólicas, etc. Essa inflamação pode ser oriunda de diversos locais, mas um destaque se faz para o papel do intestino. Enquanto uma má alimentação contribui para gerar uma disbiose, aumento de permeabilidade e mais inflamação intestinal e sistêmica, melhorar a alimentação e alguns suplementos podem auxiliar na melhora dessa inflamação. Esse artigo de revisão aborda o papel dos probióticos e do ômega-3 na inflamação. Os probióticos vão melhorar a diversidade da microbiota intestinal, melhorar a função barreira do intestino e, dessa forma, diminuir a permeabilidade do intestino, translocando menos LPS (que é um dos responsáveis por gerar essa inflamação de baixo grau). O ômega-3, além de conseguir modular o intestino e diminuir a inflamação local, também pode modular o sistema imunológico e vias de inflamação, diminuindo também a inflamação sistêmica. Sendo assim, por reduzir a inflamação, o uso de probióticos e de ômega-3 podem ser interessantes em várias situações e doenças. Procure seu nutricionista para orientá-lo melhor.

 

Alimentação e psicose

A esquizofrenia é uma doença neuropsiquiátrica grave, que acomete mais de 20 milhões de pessoas no mundo. O que algumas pessoas não sabem, é que hábitos alimentares podem influenciar nessa doença. Os autores dessa publicação revisão vários artigos e colocam os principais pontos a serem levados em consideração quando pensamos em alimentação e esquizofrenia. Alguns estudos demonstram uma conexão entre psicoses e uma má alimentação, dieta rica em carboidrato refinado e gordura e dieta pobre em fibra, ômega-3, ômega-6, vegetais, frutas, vitaminas e minerais. Das vitaminas e minerais, o que tem mais de estudo são com vitamina B12, vitamina B6, folato, vitamina C, zinco e selênio. Também temos estudos mostrando benefícios de alguns aminoácidos, como serina, lisina, glicina e triptofano. Por outro lado, alergia alimentar parece influenciar de forma negativa na esquizofrenia. Mas vale destacar que ainda não necessários mais estudos. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Pele e alimentação

O envelhecimento da pele é um processo biológico complexo, que sofre influência de fatores internos e externos. Enquanto alguns hábitos alimentares contribuem para melhorar a saúde da pele, outros podem estimular o envelhecimento. E é sobre isso que essa revisão aborda. Os autores colocam que para melhorar a pele, é importante ajustar a quantidade de água ingerida, bem como a quantidade de proteínas. Dos micronutrientes, os autores citam, em especial, zinco, cobre, ferro, selênio, vitaminas A, B, C, D e E. Além disso, o artigo aborda a importância de consumir alimentos risco em polifenóis, ômega-3 e tomar cuidado com o excesso de gordura, açúcar, álcool e cigarro. E lembre-se, o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Vitamina D, ômega-3 e TEA

O transtorno do espectro do autismo (TEA) é um distúrbio complexo do neurodesenvolvimento com apresentação clínica e etiologia heterogêneas. Um crescente número de evidências demonstra que a inflamação é uma situação bem comum em crianças com TEA. Pensando nisso, esses autores avaliaram o impacto da suplementação (por 12 meses) com vitamina D (2000 UI/dia) isolada, ômega-3 (772 mg de DHA/dia) isolado, da associação de vitamina D + ômega-3 ou placebo em crianças com TEA (de 2,5 – 8 anos). Quando todas as crianças foram incluídas nas análises, quem recebeu ômega-3 ou a associação de ômega-3 + vitamina D melhorou apenas um dos sintomas avaliados (consciência). Por outro lado, quando apenas as crianças com mais inflamação foram avaliadas, observou-se vários resultados interessantes: ômega-3 sozinho melhorou a escala de sintomas gerais e melhorou o funcionamento comunicativo social e a consciência; vitamina D sozinha melhorou a consciência; e a associação de ômega-3 + vitamina D melhorou a consciência. Ou seja, crianças com mais inflamação se beneficiaram do uso de suplemento com ômega-3 e vitamina D. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! A conduta deve ser feita sempre de forma individualizada.