Alimentação e saúde óssea na menopausa

Luana Manosso (1080 × 1350 px) (2)

Uma das preocupações após a entrada na menopausa é com o osso dessas mulheres.

Com a idade, as mulheres possuem mais risco de osteoporose. E para tentar prevenir isso, a nutrição tem um papel importantíssimo.

Ter um padrão alimentar saudável, ajustar macronutrientes, vitaminas e minerais, são pontos essenciais para o osso. E isso vai muito além de cálcio, vitamina D, vitamina K e magnésio.

Hoje compartilho um artigo agora de 2024 em que os autores colocam uma figura bem ilustrativa.

Os pontos em verde protegem o osso (resveratrol, polifenóis do chá verde, vitamina E, ácidos graxos ômega-3, fibras , vitamina C, proteína, cálcio, vitamina D, fitatos, magnésio, isoflavonas e vitamina K).

Por outro lado, os que estão em vermelho pioram o osso:
ácidos graxos saturados, excesso de fósforo, ultraprocessados e excesso de cafeína.

Vale destacar que além disso, a depender do caso, outros pontos também são importantes. Por isso, procure um nutricionista para analisar seu caso de maneira individualizada.

Ref: Alabadi, B.; et al. Int J Womens Health., 16:693–705, 2024. Doi: 10.2147/IJWH.S409897

Ômega-3 e a osteoartrite

Luana Manosso

A osteoartrite é uma doença articular degenerativa, caracterizada pela destruição da cartilagem articular, resultando em uma resposta pró-inflamatória.

O ômega-3 é uma das estratégias nutricionais que vêm sendo investigada para auxiliar no tratamento dessa doença. Devido a sua propriedade anti-inflamatória, o ômega-3 influencia de forma positiva na dor, na mobilidade articular e na formação de cartilagem.

Mais especificamente, o ômega-3 demonstra um papel influente na diminuição da progressão da osteoartrite, resultando na redução da destruição da cartilagem, na inibição de cascatas de citocinas pró-inflamatórias e na produção de oxilipinas que promovem vias anti-inflamatórias.

Porém, ainda não se tem consenso de doses necessárias para suplementação, sendo necessário análise individual e levando em consideração o consumo alimentar de ômega-3.

Se quiser ler mais sobre o assunto, segue uma revisão publicada dia 28 de maio: Shawl, M.; et al. Nutrients.,16(11):1650, 2024. Doi: 10.3390/nu16111650.

Vitaminas e a saúde óssea

Luana Manosso (1)

Quando pensamos em vitaminas e qualidade óssea, o mais comum entre os profissionais da saúde é pensar em vitamina D.

E sim, essa vitamina é muito importante para o osso. Mas as outras vitaminas também desempenham papel importante. Em uma revisão publicada agora esse ano, os autores abordam a importância de outras vitaminas, como vitamina A, E, K, C e as vitaminas do complexo B para a melhorar a saúde óssea e diminuir o risco de osteoporose.

Porém, vale lembrar que além das vitaminas, minerais, ajustes de macronutrientes e padrão alimentar também são importantes quando pensamos em osso.

Se quiser ler mais sobre o papel das vitaminas no osso, segue a referência: Skalny, A.V.; et al. Int J Mol Med., 53(1):9, 2024. doi: 10.3892/ijmm.2023.5333.

Plantas para osteoporose

A osteoporose é uma doença óssea caracterizada pela redução da massa óssea e pela deterioração da microarquitetura óssea, levando à fragilidade óssea e a um risco aumentado de fraturas. O estradiol é um hormônio essencial para a saúde óssea. Conforme as mulheres envelhecem, os níveis de estradiol diminuem e isso aumenta o risco das mulheres, na pós menopausa, desenvolverem osteoporose. Por isso, pensar em estratégias para a manutenção a qualidade óssea durante a perimenopausa e na pós-menopausa irá auxiliar a diminuir o risco de desenvolver osteoporose. E várias plantas (fitoterápicos) têm sido estudadas para isso. Algumas delas são abordadas nesse artigo de revisão publicado agora em 2021, que são: isoflavonas da soja, red clover (Trifolium pratense), Kudzu (Pueraria mirifica), alfafa (Medicago sativa), Humulus lupulus, ameixa seca, cavalinha (Equisetum arvense), Cimcifuga racemosa (planta de prescrição médica). Ou seja, temos várias plantas sendo estudadas, mas isso não significa que você pode usá-las todas juntas. Fitoterápicos devem ser avaliados com cautela na hora da utilização. Por isso, procure um Nutricionista que entenda de fitoterápicos para te auxiliar melhor.

Vitamina C e osso

A vitamina C (ácido ascórbico) é uma vitamina encontrada, em especial, em algumas frutas e vegetais frescos, como por exemplo, cítricos (laranja, limão, etc), pimentões, kiwis, morangos, tomates, camu-camu, vegetais de folhas verdes (como chicória e brócolis), etc. A vitamina C possui várias funções importantes para a saúde. Uma das suas funções é ser importante para a síntese de colágeno (proteína no corpo que temos em maior quantidade). Como o osso também possui colágeno, pesquisas começara a ser feitas avaliando se essa vitamina poderia trazer benefícios ósseos. Estudos em animais e em células começaram a demostrar que a vitamina C agiria no osso por vários mecanismos, e não apenas pela síntese de colágeno. Mas será que temos evidências em humanos de que aumentar a ingestão alimentar e/ou suplementar vitamina C possa trazer algum benefício? Nessa revisão de 2021, os autores avaliaram 25 estudos em humanos: 15 correlacionando ingestão alimentar de vitamina C e densidade mineral óssea (DMO), 4 avaliando vitamina C no sangue e DMO e 6 avaliando o efeito da suplementação. De forma resumida:

  • 8 dos 15 estudos que avaliaram ingestão alimentar de vitamina C e DMO, observaram uma correlação positiva. Ou seja, quanto maior a ingestão alimentar, maior a DMO.
  • Todos os 4 que avaliam os níveis séricos e DMO confirmam essa correção também. Ou seja, quem tem mais vitamina C no sangue, tem maior DMO.
  • Em relação aos 6 estudos com suplementação, os resultados ainda são controversos e nem todos avaliaram a DMO. Porém, vale a pena destacar um dos estudos, realizado com 994 mulheres na pós-menopausa, na qual a suplementação com 12,4 anos (doses variando de 500-1000 mg/dia) aumentou 3% a DMO.

Avaliando os resultados, embora ainda tenhamos dados controversos, os estudos sugerem a importância de ajustar na alimentação a ingestão de vitamina C. Quanto a suplementação ainda precisamos de mais estudos para estimular alguma dose, por isso, vale a pena avaliar individualmente. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Alimentação e osso

A fratura óssea está associada a maior risco de morbidades e mortalidades. Vários nutrientes são importantes para a saúde óssea. Mas além de ingerir esses nutrientes de forma adequada, o padrão alimentar também é importante. E não basta comer bem mas sempre os mesmos alimentos. Nesse estudo agora de 2020 os autores avaliaram o impacto de ter uma variedade alimentar no risco de fratura de homens e mulheres de 40-60 anos ou acima de 60 anos. Após análises, homens acima de 40 anos e que tem uma diversidade alimentar tem menor risco de fraturas. Já as mulheres, aquelas entre 40-60 anos também foi observado o mesmo benefício de uma maior diversidade alimentar. Porém, nas mulheres acima de 60 anos, a variação alimentar não teve efeito significativo no risco de fraturas (o que não significa que variar a alimentação não seja importante para outras questões). E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

 

Vitamina K e osso

Quando você pensa em saúde óssea, qual o nutriente você lembra primeiro? Acredito que deve ser cálcio ou vitamina D? Acertei? Esses nutrientes são sim importantes para o osso. Mas para termos uma boa saúde óssea, são necessários também outros nutrientes, incluindo a vitamina K. A vitamina K é encontrada em especial nos vegetais verdes e também pode ser sintetizada pela nossa microbiota intestinal. Dentre suas principais funções no metabolismo ósseo, se destaca sua capacidade de fazer a gamma carboxilação de proteínas envolvidas na saúde óssea, em especial a proteína GLA de matriz e a osteocalcina. Os autores dessa revisão também colocam vários estudos que demonstram a associação entre a deficiência de vitamina K aumentando o risco de fraturas. Porém, em relação aos estudos com suplementação de vitamina K, os dados ainda são controversos. Ou seja, o mais importante parece ser ajustar a vitamina K na alimentação para não ter deficiência dessa vitamina. E você já sabe que o profissional mais capacitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista.

 

Nutrientes e osso

Pacientes com doenças inflamatórias intestinais tem risco aumentado de vários problemas, incluindo mais risco de desenvolver osteoporose. Nessa revisão desse ano, os autores abordam os principais nutrientes que precisamos pensar para tentar prevenir osteoporose nesses pacientes com doenças inflamatórias intestinais. Segundo os autores, os principais nutrientes são: cálcio, vitaminas D, A, K, C, B12, B9, fósforo, magnésio, zinco, cobre, selênio e sódio (que não pode estar nem muito alto e nem muito baixo). Além disso, os autores colocam a importância de ajustar a dieta na quantidade de macronutrientes (carboidrato, proteína e gordura) e de ofertar uma alimentação rica em polifenóis. No entendo, não significa que esses são os únicos pontos que devem ser pensados. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Tocotrienol e osso

A osteoporose é uma doença esquelética caracterizada pela diminuição da massa óssea, deterioração da microarquitetura e comprometimento da força óssea, podendo afetar homens e mulheres. Diversos estudos demonstram o benefício de estratégias nutricionais para melhorar a qualidade do osso e diminuir o risco de osteoporose. Nessa revisão publicada em 2019, os autores abordam o possível papel do tocotrienol (uma das formas da vitamina E – presente em óleos vegetais, vegetais verdes escuros, abacate, sementes, oleaginosas, farelo de arroz, etc) na prevenção da osteoporose. Pelo menos em animais, o tocotrienol mostra-se eficaz em prevenir a perda de massa óssea ocasionada por diversos modelos animais diferentes. Em relação aos possíveis mecanismos, se destaca o papel do tocotrienol em diminuir inflamação e estresse oxidativo e regular a via do mevalonato (que forma substâncias envolvidas no remodelamento ósseo). Isso tudo iria ajudar a diminuir a ação do osteoclasto (células que faz a desmineralização óssea). Porém, os próprios autores colocam que ainda é necessário mais estudos em humanos para analisar melhor os efeitos e as doses que seriam necessárias. Por isso, lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Autista, alimentação e osso

É muito comum ver crianças com transtorno de espectro autista (TEA) se alimentando de forma inadequada. O problema é que essa alimentação ruim, além de causar deficiências nutricionais, também pode trazer outras consequências à saúde dessas crianças. Nesse estudo, os autores analisaram a adequação de calorias e macronutrientes da alimentação de crianças com TEA e viram que essas crianças tinham uma ingestão 16% menor nas calorias totais da dieta e 37% e 20% menor na ingestão de proteína e gordura, respectivamente. Ou seja, crianças com TEA se alimentavam, em especial, de maior quantidade de carboidratos. Além disso, os autores também fizeram análise de densidade mineral óssea e observaram que as crianças com TEA tinham uma menor densidade mineral óssea, sugerindo uma piora no osso dessas crianças. Embora não se posso ter certeza absoluta do motivo, o que se acredita é que essa piora no osso seja uma das consequências da alimentação inadequada dessas crianças. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!