Consumo de ovos pode diminuir declínio cognitivo

Luana Manosso

Cada vez mais estudos investigam o papel da alimentação na melhora cognição ou na redução de declínio cognitivo.

Hoje compartilho um estudo publicado agora em agosto de 2024 que investigou o impacto do consumo de ovos ao longo de 4 anos em pessoas idosas.

Após análises, os autores evidenciaram que as mulheres idosas que consumiam ovos ao longo de 4 anos tinham um menor declínio de fluência cognitiva.

Lógico que não existe fórmula milagrosa, mas melhorar a alimentação pode auxiliar no funcionamento cerebral. Por isso, procure um nutricionista para avaliar melhor seu caso.

Referencia: Kritz-Silverstein, D.; Bettencourt, R. Nutrients., 16:2765, 2024. Doi: 10.3390/nu16162765

Ovos no café da manhã

É comum crianças e adolescente não fazerem o café da manhã e irem em jejum para a escola. Você conhece alguém assim? Mas ter um adequado café da manhã pode trazer vários benefícios. De modo interessante, nesse estudo publicado agora em 2021 os autores investigaram os efeitos de adicionar 1 ou 2 ovos no café da manhã de crianças e adolescentes e a ingestão de nutrientes. Após análises, foi observado que com 1 ovo no café da manhã, aumentou o aporte dos seguintes micronutrientes: riboflavina (vitamina B2), ácido pantotênico (vitamina B5), selênio e vitamina D. Adição de dois ovos aumentou os níveis de vitamina A. Mas o que mais aumentou foi a colina. Antes de comer ovos, apenas 22,6% das crianças e adolescentes tinham uma ingestão adequada dessa vitamina. Por outro lado, com a adição de 1 ou de 2 ovos por dia, o percentual de adequação subiu para 43,6% e 57,8% respectivamente. Ou seja, a ingestão de ovos no café da manhã pode contribuir para melhora a ingestão de alguns micronutrientes. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Colina e neurodesenvolvimento

Ter uma nutrição adequada nos primeiros 1000 dias de vida (gestação até os 2 anos) é essencial para a vida do indivíduo. Uma das influências dessa nutrição nos primeiros 1000 dias é para o desenvolvimento cerebral, podendo influenciar, inclusive, no funcionamento cerebral ao longo da vida. E um dos nutrientes que tem recebido bastante atenção é a colina, encontrada em maior quantidade na gema do ovo. Nessa revisão agora desse ano, os autores abordam os principais benefícios de uma dieta rica em colina (durante os primeiros 1000 dias) para o desenvolvimento cerebral, que são: (1) ajuda no desenvolvimento normal do cérebro; (2) protege o cérebro controla insultos durante a gestão, em especial contra a exposição de álcool; (3) melhora o funcionamento neural e cognitivo. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Ovo e ingestão nutricional

Mês passado eu coloquei um artigo falando sobre os vários nutrientes que o ovo possui, você se lembra? Mas será que a ingestão de ovos realmente aumenta a ingestão de nutrientes quando comparado com quem não ingere ovo? Foi isso que esse artigo publicado agora em 2019 investigou. Ele avaliou mais de 20.000 crianças e adolescentes e correlacionou a ingestão ou não de ovos com a ingestão de vários nutrientes. Após análises, foi evidenciado que os indivíduos que consumiam ovos ingeriam mais proteína, gordura monoinsaturada, gordura poli-insaturada, ácido alfa-linolênico, DHA, colina, luteína/zeaxantina, vitamina D, potássio, fósforo e selênio. Além disso, eles ingeriam menos açúcar. Porém, eles tinham um aumento de sódio e gordura saturada. Ou seja, com alguns ajustes alimentares, o consumo de ovos pode sim trazer benefícios para os indivíduos. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

 

Ovos

O consumo de ovos na alimentação já gerou e gera ainda bastante polêmica. É o vilão? É o mocinho? Mas você sabe todos os nutrientes que o ovo tem? Entender os aspectos nutricionais dos ovos pode te ajudar a definir o quanto adicionar esse alimento na sua dieta. Essa revisão de 2019 aborda os principais aspectos nutricionais dos ovos.

Em relação aos macronutrientes, a clara do ovo tem aproximadamente 87,8% de água, 10,9% de proteína, 0,9% de carboidrato e 0,2% de gordura. Já a gema do ovo tem aproximadamente 55% de água, 15,5% de proteína, 1,1% de carboidrato e 26,7% de gordura. Se considerarmos 100 g de ovo, ele contem uma média de 12,5 g de proteína (100 g de gema tem em torno de 15,9 g e 100 g de clara tem em torno de 10,9 g de proteína). A quantidade de lipídeo total varia de 8,7 a 11,2 g por 100 g de ovo, sendo que a quantidade de ácidos graxos monoinsaturados é maior do que a de ácidos graxos saturados.

Além de macronutrientes, o ovo é cheio de micronutrientes, em especial na gema do ovo. A gema do ovo contém praticamente todas as vitaminas, exceto vitamina C. Vale a pena destacar a quantidade de colina, que é de cerca de 680 mg em 100 g de gema. Já a clara do ovo contém um pouco de vitaminas do complexo B, em especial B2, B3 e B5. A vitamina B3 é a única vitamina que tem mais na clara do que na gema do ovo. Em relação aos minerais e elementos traços, os ovos possuem cálcio, cobre, iodo, ferro, magnésio, manganês, fósforo, potássio, selênio, sódio e zinco. Desses, a maioria está presente na gema. A clara por sua vez, tem um pouco mais de magnésio, potássio e sódio.

Os ovos também possuem proteínas com ação antimicrobiana e imunomodulatórias. Ou seja, o ovo tem vários nutrientes importantes para a saúde. Mas lembre-se, o profissional mais habilitado para saber o quanto você deve ingerir de ovo é o nutricionista. Procure o seu.

Ovo e Cognição

O ovo é um assunto recorrente aqui no Nutrir com Ciência. Quer mais um motivo para o consumo de ovo? Esse artigo publicado esse ano acompanhou 2497 homens de 42-60 anos por quase 22 anos e avaliou se o consumo de ovo influenciava em testes para avaliar a cognição. Após os quase 22 anos de acompanhamento, 337 homens foram diagnosticados com demência e 266 foram diagnosticado com doença de Alzheimer. Após realizar testes de cognição e associar os resultados com o consumo de ovo, os autores perceberam que quem consumia mais ovo tinham uma melhor performance em 3 testes cognitivos realizados! Mas lembre-se, individualidade é MUITO importante. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Ovo caipira

De vilão a mocinho, o ovo faz parte do cardápio de quem busca saúde através de sua ótima fonte proteica, além de suas poderosas vitaminas e minerais. Inclusive o Nutrir com Ciência já relatou sua relação com o colesterol… Portanto, após desmistificar a relação entre o consumo do ovo e o risco cardiovascular, sabemos que este pode fazer parte de sua rotina alimentar, estando presente de forma íntegra ou parte de alguma preparação. Entretanto observamos basicamente dois tipos de ovos nas prateleiras de feiras ou mercados: o ovo caipira e o ovo de granja. Vejamos as diferenças:

O OVO CAIPIRA é resultado de galinhas criadas fora de gaiolas, que ciscam livremente e possuem uma alimentação variada (frutas, verduras, capim, grãos de milho, larvas e minhocas), sem presença de hormônios para estimular seu crescimento, colocando ovos quando realmente é a hora, não sendo forçadas a botar mais ovos do que o fisiológico.

Já o OVO DE GRANJA é produzido em um esquema de produção industrial, em que as galinhas ficam presas e comem ração sem parar, cujo único objetivo é botar ovos, garantindo assim a produtividade. O nível de estresse desta galinha é enorme, elas ficam com luz artificial 24 horas ao dia, para botarem mais ovos, não tendo o tempo da natureza a seu favor, ou seja, não podem seguir o ciclo natural da vida. Elas existem apenas para botar ovos, são criadas exclusivamente para isso. Com isto, as cascas dos ovos ficam mais frágeis, o que aumenta o risco de contaminação por bactérias, como a salmonela.

Quanto ao valor nutricional, o ovo de galinha caipira possui teores consideravelmente maiores de carotenoides totais, principalmente betacaroteno, substância antioxidante e precursora da vitamina A. Inclusive, é justamente através da presença deste carotenoide que a gema da galinha caipira tem uma cor mais avermelhada que a gema da galinha de granja. Além disso, o ovo caipira é muito mais saboroso que o ovo de granja.

Na próxima ida a feira ou mercado leve estes itens em consideração e continue inserindo este alimento em seu dia-a-dia.

Por: Bruna Deolindo Izodro

Ovo e colesterol

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo, e uma das principais metas de tratamento para a redução do risco de desenvolvimento dessas doenças é a redução de colesterol. Para atingir essa meta alguns alimentos são foco de redução de consumo, e o ovo sempre sofreu “bullying” nesse contexto, por conter 140-230 mg de colesterol/ovo. Na tentativa de esclarecer melhor essa relação, os autores dessa revisão publicada em 2017 buscaram referências sobre o assunto, e concluíram que o consumo de até 6 ovos por semana não aumenta o risco de infarto, e outras várias publicações não observam nenhum risco cardiovascular associado ao consumo de ovo, sem determinar ingestão máxima semanal. O detalhe importante está na observação da presença dos polimorfismos dos genes ABCG5 e ABCG8, que indica uma “hiper-resposta” ao consumo de colesterol, e nesses casos o consumo de ovo de fato deve ser reduzido, pois interfere diretamente nos níveis de LDL. Ou seja, em alguns indivíduos o consumo exagerado de ovo pode sim trazer malefício. Mas, na maioria das pessoas, o ovo (que também tem inúmeros nutrientes importantes para a saúde) pode sim ser consumido na dieta. Por isso, mais do que do que nunca, lembre-se da individualidade bioquímica de cada paciente, e procure um bom nutricionista!!!