Benefícios dos probióticos para a saúde feminina

Luana Manosso (1080 × 1350 px) (1)

O número de evidências sobre o impacto do intestino na saúde cresce cada vez mais.

E na mulher na pós-menopausa, ter um intestino e uma microbiota adequadas é de extrema importância.

Hoje compartilho com vocês uma meta-análise com dados de 6 estudos que evidenciou que a utilização de probióticos em mulheres na pós-menopausa e com sobrepeso ou obesidade auxilia na redução de TNF-alfa (um marcador de inflamação sistêmica) e de insulina e HOMA-IR (marcador de resistência à insulina).

(Ref: Li, Z.; et al. Probiotics Antimicrob Proteins., 15(6):1567-1582, 2023. Doi: 10.1007/s12602-022-10037-3)

Mas lembre-se que modular a alimentação é essencial para modular a microbiota intestinal.

Será que probióticos podem ajudar a melhorar o sono?

23 - probióticos podem ajudar a melhorar o sono

Hoje não se tem mais dúvidas sobre a relação entre o intestino e o cérebro. Porém, o efeito clínico de estratégias que modulam o intestino na melhora de sintomas cerebrais ainda está sendo estudada.

Hoje eu compartilho com vocês um estudo realizado com 40 pessoas com insônia induzida por estresse. Essas pessoas foram divididas em dois grupos: um recebeu placebo e outro recebeu uma cepa de probiótico (Bifidobacterium breve CCFM1025), na quantidade de 5 bilhões de UFC por 4 semanas.

Após essas 40 semanas, quem usou o probiótico, melhorou o sono e reduziu marcadores de estresse. É lógico que essa informação merece cautela. Foram apenas 40 pessoas e não estou dizendo que o probiótico faz milagre, tudo bem?? Mas foi um estudo interessante e se você quiser ler mais, segue a referência.

(Referência: Lan, Y.; et al. Nutrients., 15(21):4700, 2024. Doi: 10.3390/nu15214700.)

Probióticos podem ajudar na pós-menopausa

05 - probioticos e pos-menopausa

O período pós-menopausa é associado a vários sinais e sintomas, entre eles, sintomas urogenitais e alterações de microbiota intestinal.

De modo interessante, um estudo clínico publicado dia 30 de janeiro de 2024 avaliou o efeito de 3 cepas de probióticos por 28 dias em mulheres na pós menopausa.

Neste estudo foram utilizados Lactiplantibacillus plantarum PBS067, Bifidobacterium animalis subsp. lactis BL050 e Lacticaseibacillus rhamnosus LRH020, na quantidade de 1 bilhão de UFC de cada uma das cepas.

Após 4 semanas de uso, foi observado que essa mistura de probióticos pode modular positivamente o perfil inflamatório típico da pós-menopausa, restaurar a microbiota vaginal e aliviar o desconforto vaginal.

(Ref : Vicariotto, F.; et al. Nutrients., 16(3), 402, 2024. Doi: 10.3390/nu16030402)

Probióticos e a diabetes mellitus gestacional

Luana Manosso (30)

A diabetes mellitus gestacional (DMG) é uma das complicações gestacionais mais comuns, podendo trazer consequências para a mãe e para o bebê.

Dessa forma, controlar o DMG é muito importante. Para isso, a primeira coisa é melhorar a alimentação. O que a mulher consome é o que mais vai impactar, de forma direta, na melhora ou piora do controle glicêmico. Porém, alguns suplementos também podem ser interessantes, entre eles, os probióticos.

Uma recente meta-análise evidenciou que a suplementação de probióticos em mulheres com DMG auxilia na redução de glicemia em jejum, insulina em jejum, HOMA-IR, triglicerídeos, colesterol total e VLDL. Ou seja, ajuda no controle glicêmico e insulinêmico. (Referência: Yefet, E.; et al. Nutrients., 15(7):1633, 2023. Doi: 10.3390/nu15071633.)

Lembrando que essa é uma das estratégias, mas que nada faz milagre sozinho.

É muito importante o acompanhamento com um nutricionista!

Consumo de alimentos com fibras e probióticos e sua relação com a depressão

fibras, probióticos e a depressão - Luana Manosso

A relação do intestino com o cérebro é cada vez mais estudada. Sabemos que um influência no funcionamento do outro. Mas, os mecanismos pelos quais isso ocorre são descobertos diariamente.

Já temos muitos estudos, e não tenho dúvida de que novas descobertas virão. Mas, o fato atual, é que melhorar o funcionamento intestinal pode ser um dos pontos a serem pensados quando falamos de pacientes com problemas mentais e emocionais.

Indo nessa linha de pensamento, um recente estudo publicado em março desse ano, analisando dados de mais de 16 mil pessoas, evidenciou que uma maior ingestão de alimentos com fibras e com probióticos foram associados a menos sintomas depressivos.

(Referência: Lai, C.C.W.; Boag, S. J Affect Disord., 324:136-142, Mar 2023. doi: 10.1016/j.jad.2022.12.095.)

É claro que nem só de fibra e probiótico vive o intestino, é bem importante modular todo o padrão alimentar. Nada faz milagre sozinho. Por isso, procure um Nutri para te ajudar.

Probióticos e H. pylori

Infecção por Helicobacter pylori é comum entre os adultos e é considerada a principal causa para o desenvolvimento de gastrite crônica ativa, úlceras gastroduodenais e outras doenças que afetam o estômago. Dentre os tratamentos médicos, se utiliza antibióticos e inibidores de bomba de prótons. Por outro lado, diversos estudos têm demostrado a importância dos probióticos para a saúde do trato gastrointestinal. De modo interesse, esse estudo clínico, conduzido com 741 pessoas com H. pylori, avaliou o efeito da suplementação com probióticos (junto com o tratamento médico clássico) quando comparado apenas com o uso apenas do medicamento. O estudo utilizou 4 cepas probióticos: Lactobacillus acidophilus (1,7 bilhões UFC/cápsula), Lactiplantibacillus plantarum (0,5 bilhão UFC/cápsula), Bifidobacterium lactis (1,7 bilhões UFC/cápsula), Saccharomyces boulardii (1,5 bilhões UFC/cápsula). Os probióticos foram suplementados 2x ao dia, 2 horas após a refeição, por 15 dias. Após análises estatísticas foi evidenciado que as pessoas que usaram o medicamento e os probióticos tiveram maior taxa de erradicação da H. pylori e menos efeitos colaterais do que as pessoas que só utilizaram o medicamento. O que sugere que o uso de probióticos pode ser um aliado para o tratamento da H. pylori.

Probióticos e saúde mental

Já fiz vários postes sobre a importância do eixo microbiota-intestino-cérebro para a saúde cerebral. Hoje, trago um estudo clínico publicado agora esse ano que avaliou os efeitos da suplementação com probióticos na saúde mental de adultos saudáveis. Para o estudo, 156 adultos foram separados em dois grupos: um grupo recebeu placebo e outro grupo recebeu probióticos (2 bilhões de UFC de Lactobacillus reuteri NK33 e 0,5 bilhão de Bifidobacterium adolescentes NK98) por 8 semanas. Após esse período, foi observado que as pessoas que ingeriram os probióticos diminuíram sintomas de depressão, ansiedade e insônia. Além disso, houve uma diminuição nos níveis de interleucina-6 (IL-6) no sangue, demostrando uma diminuição de inflamação. De modo interessante, também foi observado que as pessoas que ingeriram os probióticos tiveram mudanças na microbiota intestinal. Ou seja, probióticos auxiliaram na melhora da saúde mental em indivíduos saudáveis. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

COVID-19 e cérebro

Hoje o artigo é especial! Isso porque foi escrito por mim e outros excelentes pesquisadores. Nessa revisão que acabou de ser publicada nós abordamos o impacto do SARS-CoV-2 na microbiota intestinal e a relação disso com a comunicação entre o intestino-cérebro. Estudos clínicos têm evidenciado que pacientes com COVID-19 possuem alteração na microbiota intestinal, além de um aumento de citocinas inflamatórias. Essa alteração da microbiota e o aumento de inflamação podem, pelo menos em parte, alterar a comunicação que existe entre o intestino e o cérebro e começar a gerar inflamação cerebral. Esse aumento de inflamação, por sua vez, pode contribuir para o aparecimento de sintomas neuropsiquiátricos, como ansiedade, sintomas depressivos e alteração de sono. Com base nisso, nós sugerimos que o uso de probióticos poderiam ser interessantes pensando em modular a microbiota intestinal e diminuir a inflamação. Entretanto, ainda são necessários estudos clínicos para avaliar o efeito dos probióticos em pacientes com COVID-19 e se esse tratamento repercutiria em melhorar de sintomas neuropsiquiátricos.

Suplementos e diabetes gestacional

Essa semana estou falando sobre o diabetes gestacional. Terça-feira mostrei um estudo falando do impacto de bebidas no risco de desenvolver diabetes durante a gestação. O estudo que trago hoje é uma meta-análise que investigou o papel de vários suplementos nutricionais na capacidade de diminuir o estresse oxidativo em mulheres com diabetes gestacional. O diabetes gestacional pode piorar o estresse oxidativo nas mulheres grávidas, o que pode trazer várias consequências. Por isso, pensar em estratégias para diminuir esse estresse oxidativo é bem interessante. E essa meta-análise agora de 2021 demonstrou que vários suplementos conseguem fazer isso, que foram: vitamina D, vitamina D + cálcio, ômega-3 + vitamina E, magnésio + zinco + cálcio e probióticos. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista. Ele vai avaliar o seu caso e identificar o que você deve ou não suplementar.  Por fim, vale a pena destacar que suplementar não elimina a necessidade de fazer ajustes na alimentação. A alimentação continua tendo o papel mais importante quanto falamos de diabetes gestacional.

Lactobacillus e gestação

Diabetes melittus gestacional (DMG) é um dos problemas que pode ocorrer durante a gestação. Além de um controle no ganho de peso e de ajuste na alimentação, outras estratégias nutricionais também parecem ser interessantes. Nesse estudo publicado agora de 2021, foram recrutadas 423 gestantes que estavam entre 14-16 semana de gestação e começaram a receber Lactobacillus rhamnosus (6 x 109 UFC) ou placebo. Quando estavam entre a 24-30 semana de gestação, foi retirado sangue dessas gestantes para avaliar vários parâmetros associados com DMG. Após análises estatísticas, foi demostrado que as grávidas que usaram o probiótico tinham menor valor de glicemia em jejum, mas não alterou outros parâmetros relacionados ao controle glicêmico. Além disso, nas mulheres acima de 35 anos, os probióticos também diminuíram ácidos biliares primários conjugados. Vale destacar que o estudo também mostrou associação entre ácidos biliares conjugados e glicose e insulina em jejum. Ou seja, os dados sugerem mais um possível benefício do uso de probióticos durante a gestação. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!