Dieta Plant Based e a sensibilidade à insulina

Luana Manosso (1)

Uma dieta plant based é definida como uma dieta que se concentra principalmente na obtenção de ingestão de energia por meio de alimentos vegetais, incluindo frutas, vegetais, leguminosas, oleaginosas.

O número de estudos trazendo o benefício desse tipo de dieta vem crescendo nos últimos anos.
Hoje compartilho uma meta-análise publica agora em julho de 2024 com dados de 8 estudos com pessoas com IMC ≥ 25 kg/m2, pré-diabetes ou DM2.

Após análises estatísticas, foi evidenciado que uma dieta plant based (por mais de 14 dias) reduziu HOMA-IR e a insulina em jejum em pessoas com sobrepeso/obesidade. Porém, não foi observado efeitos em pessoas com pré-diabetes ou diabetes.

Se você quiser ler mais detalhes, segue a referência do artigo: Termannsen, A.D.; et al. Nutrients., 16(13), 2110, 2024. Doi: 10.3390/nu16132110

Vitamina D e resistência à insulina

Inúmeras evidências apontam para o papel anti-inflamatório da vitamina D. Nesse contexto, a vitamina D parece estar envolvida em diversas doenças, incluindo infecções, doenças autoimunes, doenças cardiometabólicas, obesidade, síndrome do ovário policístico (SOP), síndrome metabólica, etc. Vale destacar que a resistência à insulina pode estar associada com várias dessas doenças, incluindo obesidade, SOP, síndrome metabólica, doenças cardiometabólicas, etc. Nessa revisão publicada em 2021, os autores revisão sobre vitamina D e resistência à insulina. Os autores colocam que a deficiência de vitamina D pode ser um dos fatores que pode acelerar o desenvolvimento de resistência à insulina. Além disso, eles colocam que a deficiência desta vitamina pode estar associada com a patogênese de doenças como a obesidade, diabetes, síndrome metabólica e SOP. Embora já se tenha muito estudos clínicos evidenciando os benefícios da suplementação de vitamina D nessas doenças associadas à resistência à insulina, os estudos envolvem populações muito heterogêneas e diferem no desenho experimental, duração e nas doses de vitamina D utilizadas. Por isso, embora a vitamina D parece ser promissora para essas situações, mais estudos ainda são necessários para se chegar a uma conclusão de dosagem e tempo de uso. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Polifenois e RI

A resistência à insulina (RI) é caracterizada pelo prejuízo da responsividade da insulina em alguns tecidos. Essa perda de função da insulina acaba aumentando a glicemia e gerando inflamação e estresse oxidativo. E, por isso, pode predispor à outros problemas, incluindo diabetes tipo 2 e síndrome metabólica. Vários fatores podem contribuir para a RI, incluindo obesidade, alteração no metabolismo lipídico, disbiose, inflamação crônica, falta de exercício físico, etc. Por outro lado, algumas questões alimentares parecem ajudar a diminuir a RI. Entre elas, os polifenóis estão sendo estudados. Nessa revisão agora de 2020, os autores abordam os principais polifenóis que estão mostrando resultados benéficos na diminuição da RI. Primeiramente os autores comentam de estudos que mostram que o aumento de flavonoides gerais na dieta e ter uma alimentação mais saudável, com mais frutas, verduras, grão integrais, e, por consequência, com mais polifenóis, diminui o risco de desenvolver diabetes tipo 2. Pensando em polifenóis específicos (consumidos via alimento), os autores colocam estudos trazendo benefício dos seguintes polifenóis: epicatequinas (presentes no cacau), EGCG (chá verde), antocianinas (frutas vermelha / roxas), compostos fenólicos (café e azeite de oliva), estilbenos/resveratrol (uva, mirtilo) e polifenóis das oleaginosas. Porém, ainda existem resultados controversos. Por isso, procure um Nutricionista para orientá-lo melhor.

Vitamina K e glicemia

Ajuste alimentar é essencial para melhorar o controle glicêmico e diminuir o risco de ter diabetes ou resistência à insulina. Além disso, vários nutrientes podem ser interessantes. O que pouca gente não sabe é que a vitamina K pode ser um desses nutrientes que auxiliam no controle glicêmico. Nessa revisão agora de 2020, os autores mostram vários dados que corroboram com a ideia de que a vitamina K possa ajudar a diminuir o risco de diabetes e melhorar a resistência à insulina. Dos possíveis mecanismos de ação, os autores comentam sobre o papel da vitamina K em prevenir inflamação, o papel na vitamina K na modulação de proteínas que dependem dessa vitamina e um possível efeito insulinotrópico. Porém, ainda são necessários mais estudos. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Magnésio e insulina

O magnésio é o quarto mineral essencial mais abundante no corpo. Ele age como cofator para mais de 600 enzimas no nosso corpo, além de ter outras funções importantes. Um papel bem importante do magnésio é no controle da insulina. Mas você sabe qual o mecanismo de ação do magnésio na homeostase desse hormônio tão importante? É sobre isso que essa revisão de 2019 discute. Os autores colocam que o magnésio auxilia no controle da insulina por influenciar nas células beta-pancreáticas (que produzem a insulina). Além disso, o magnésio também regula a ação da insulina por agir em vários pontos diferentes da cascata de sinalização intracelular, além de diminuir a inflamação. Ou seja, ajustar a quantidade de magnésio ingerido na alimentação é bem importante quando pensando em controle glicêmico, resistência à insulina e diabetes. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Carotenoides e fígado

 Os carotenoides incluem vários compostos, entre eles: licopeno, β-caroteno, luteína, zeaxantina, and β-cryptoxanthina. Eles são encontrados em vários alimentos, incluindo vegetais alaranjados, vegetais verdes escuros, tomate, entre outros. Os carotenoides parecem trazer benefícios para vários órgãos do nosso corpo. E essa revisão de 2019, apontou os principais benefícios dos carotenoides para o fígado. No fígado, os carotenoides parecem exercer seus efeitos por: diminuir o estresse oxidativo; diminuir a inflamação; diminuir o acúmulo de gordura hepática; diminuir a resistência à insulina. Dessa forma, ele é uma das estratégias para diminuir o risco de esteatose hepática não alcoólica. Quer saber como incluir carotenoides na sua dieta? Procure um nutricionista!

Panax quinquefolium

O Panax quinquefolium, conhecido como ginseng americano, é um fitoterápico muito utilizado na América do Norte e na Ásia. Mas encontramos também aqui no Brasil. Esse fitoterápico possui diversos ginsenosídeos, que são os responsáveis pelos seus efeitos terapêuticos. Dentre os estudos com o Panax quinquefolium, ele parece exercer efeitos benéficos no cérebro, melhorando função cognitiva, diminuindo ansiedade e tendo efeito neuroprotetor. Além disso ele diminui estresse oxidativo e parece ter efeito na melhora do diabetes, resistência à insulina e obesidade. Porém, a maior parte dos estudos ainda são em animais, sendo necessário estudos clínicos para investigar melhor as ações desse fitoterápico. Por isso, procure um Nutricionista, ele saberá te orientar.

Noz pecan e DCV

O consumo gorduras “boas”, com os ácidos graxos monoinsaturados, é super interessante para a saúde. Um alimento rico nessa gordura é a noz pecan. Esse estudo publicado em 2018 avaliou o efeito de uma dieta rica em noz pecan em marcadores associados ao risco de doenças cardiovasculares (DCV). Para isso, os autores dividiram os indivíduos em duas dietas, com quantidade iguais de calorias, gordura e fibras por 4 semanas. A diferença entre os grupo foi que um ingeriu noz pecan (em torno de 42 g/dia) e outro não. Após 4 semanas, a dieta rica em noz pecan melhorou a insulina, a resistência à insulina, o funcionamento das células beta-pancreáticas e marcadores relacionados com risco de DCV. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Vitamina D na menopausa

Após a entrada na menopausa, a mulher tem um risco aumentado de desenvolver síndrome metabólica. A síndrome metabólica está associada com resistência à insulina, obesidade, dislipidemia, hipertensão arterial, etc. Mas você sabia que o nível de vitamina D no seu corpo pode influenciar no risco de ter síndrome metabólica? Nesse estudo, após avaliar 463 mulheres na pós-menopausa, os autores demonstraram que as mulheres com insuficiência de vitamina D (valores sanguíneos de 25(OH)D < 30 ng/mL) tinham mais risco de ter síndrome metabólica quando comparado com as mulheres com níveis adequados de vitamina D (valores sanguíneos de 25(OH)D ≥ 30 ng/mL). Além disso, as mulheres com níveis mais baixos de vitamina D tinham níveis aumentados de colesterol total e de triglicerídeos e mais resistência à insulina. Por isso, procure um profissional qualificado para avaliar seu caso individualmente e, se houver a necessidade de suplementação, avaliar a dose e o tempo de uso necessário para seu caso.

Cromo e SOP

A síndrome do ovário policístico (SOP) é a desordem endócrina mais comum em mulheres na idade reprodutiva e a principal causa de infertilidade. A SOP está associada à irregularidade menstrual, anovulação, hiperandrogenismo (aumento de hormônios androgênicos como a testosterona), infertilidade, aumento da resistência à insulina, etc. Pensando nisso, uma alimentação adequada, prática de atividade física e, em alguns casos, a suplementação com alguns nutrientes, pode ajudar no tratamento da SOP. Nessa meta-análise publicada em 2017 foi avaliada a efetividade da suplementação do cromo em mulheres com SOP. Sete estudos entraram nas análises, totalizando 351 pacientes. 4 estudos usaram 200 mcg/dia de cromo e 3 artigos usaram 1000 mcg/dia de cromo. O tempo de uso variou de 8-24 semanas entre os estudos. Após meta-análise, observou-se que a suplementação de cromo foi efetiva em diminuir o IMC, a insulina em jejum e a testosterona livre das pacientes. Porém, o cromo não teve influência na testosterona total, escala de hirsutismo (aumento de pelos corporais), DHEA (outro hormônio androgênico que pode estar aumentado na SOP), e nem nos níveis de LH e FSH (hormônios que estão alterados na SOP). Ou seja, embora a suplementação de cromo não consiga mudar todos os parâmetros alterados na SOP, ela pode ajudar do tratamento. Por isso, procure um profissional qualificado para avaliar seu caso individualmente e, se houver a necessidade de suplementação, avaliar a dose e o tempo de uso necessário para seu caso.