Resveratrol: um aliado para mulheres na menopausa

Luana Manosso (39)

A menopausa é um período da vida que todas as mulheres passarão. Não tem como escapar.
E temos certeza que se você puder escolher, preferiria passar por esse período sem sintomas e sem problemas de saúde.

Vários alimentos e fitoquímicos estão sendo estudados para auxiliar nisso e um deles é o resveratrol.

O resveratrol (em doses normalmente de 75 mg, 2 x ao dia) parece melhorar sintomas gerais de menopausa, melhorar cognição, melhorar a densidade mineral óssea, reduzir dor e melhorar o perfil cardiovascular.

É obrigatório todas as mulheres na menopausa utilizar? Não! Mas com certeza pode ser uma estratégia a ser considerada.

Coenzima Q10, resveratrol e mitocôndria

coenzima q10

 

O envelhecimento é um processo multifatorial desencadeado por deficiências em diferentes componentes celulares. Entre as várias vias moleculares envolvidas, as mitocôndrias são os principais reguladores da longevidade. Dessa forma, melhorar a funcionalidade da mitocôndria é muito importante.

Em uma recente revisão, os autores abordam o papel da coenzima Q10 e do resveratrol nessa melhora mitocondrial.

A coenzima Q10 é produzida naturalmente no nosso corpo, mas sua síntese cai conforme envelhecemos. Ela é importante para a produção energética, além de ter uma ação antioxidante.

O resveratrol é um fitoquímico que no nosso corpo possui várias ações, incluindo ação antioxidante e aumento da biogênese mitocondrial (formação de novas mitocôndrias).

Antioxidantes e SOP

O estresse oxidativo é gerado quando se tem um desequilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigênio e a capacidade antioxidante. O estresse oxidativo é conhecido por contribuir para uma variedade de doenças como a síndrome do ovário policístico (SOP). Assim, a utilização de antioxidantes pode ser eficaz na prevenção ou auxiliar no tratamento dessas doenças. Nesta revisão publicada em 2021, os autores revisão estudos clínicos que examinaram a eficiência das estratégias antioxidantes na SOP e os possíveis mecanismos subjacentes. Dos antioxidantes, os autores abordam o papel da vitamina D, vitamina E, coenzima Q10, carnitina, resveratrol, curcumina e quercetina. Os autores colocam que o uso desses antioxidantes pode reduzir o estresse oxidativo, inflamação, angiogênese e melhorar o perfil de hormônios sexuais, perfil metabólico e índices antropométricos. Dessa forma, pode melhorar a fertilidade dos pacientes com SOP. Porém, vale a pena destacar que mais estudos são necessários. Por isso, antes de sair fazendo o uso de tudo isso, procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Resveratrol e menopausa

 Depois que a mulher entra na menopausa, existe um risco aumentado de vários problemas. Uma das alterações que é comum na menopausa é na função cerebrovascular, que pode contribuir para piora cognitiva. Nesse estudo clínico publicado agora em 2020, foi suplementado resveratrol para mulheres na menopausa e avaliado o efeito dessa suplementação na função cerebrovascular e na função cognitiva. Para isso, 129 mulheres foram separadas em dois grupos e receberam placebo ou resveratrol (75 mg, 2 x ao dia) por 12 meses. Após 1 ano de tratamento, foi observado que aquelas mulheres que receberam o resveratrol melhoraram a função cerebrovascular e melhoraram a cognição. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Resveratrol e triglicerídeos

É comum pacientes com diabetes tipo 2 terem alterações nos lipídeos séricos, como aumento de triglicerídeo, colesterol, LDL-c e/ou diminuição de HDL-c. Essa meta-análise publicada em 2019 avaliou se o resveratrol tem algum efeito benéfico no perfil dos lipídeos séricos de pacientes diabéticos. Após análises, foi demonstrado que o tratamento a longo prazo (≥ 6 meses) com resveratrol diminui os triglicerídeos dos pacientes. Porém, pode ocorrer um aumento nos níveis de colesterol total nos pacientes obesos. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista! Ele avaliará a melhor estratégia para o seu caso.

Resveratrol e Cognição

Resveratrol é um flavonoide encontrado na casca de uvas tintas, suco de uva e vinho tinto. Alguns estudos mostram o benefí­cio do resveratrol à  saúde. Nesse estudo publicado em 2017 os autores investigaram o uso do resveratrol em pessoas com prejuízo cognitivo leve. Para isso, 40 pacientes com prejuí­zo cognitivo leve receberam 200 mg de resveratrol por dia ou placebo por 26 semanas. Após esse perí­odo, observou-se que o grupo que recebeu o resveratrol diminuiu mais a hemoglobina glicada (melhorando o controle da glicemia), preservou o volume do hipocampo (região do cérebro importante para a memória) e melhorou a conectividade funcional do hipocampo em estado de repouso. Vale destacar que ensaios maiores e com um tempo de intervenção mais longo devem ser realizados para determinar se esses benefícios podem ser validados e estendidos à  função cognitiva. Na dúvida, procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!