Antocianinas e síndrome metabólica

Luana Manosso (1)

A síndrome metabólica é um problema global e se refere a co-ocorrência de desordens/problemas que, juntos, aumentam o risco de aterosclerose e doenças cardiovasculares.
Fatores relacionados à síndrome metabólica são: obesidade visceral, dislipidemias (baixo HDL e aumento de triglicerídeos), hipertensão, alteração no metabolismo de glicemia.

Por outro lado, estratégias nutricionais podem auxiliar no controle dessas alterações, diminuindo o risco de síndrome metabólica ou auxiliando do tratamento.

Hoje compartilho uma revisão publicada agora de abril de 2024 que foca nos benefícios das antocianinas (presentes as frutas roxas, beringela, repolho roxo, cebola roxa).

Os autores trazem vários artigos em humanos evidenciando os benefícios desse polifenol nos parâmetros de síndrome metabólica.
Além disso, abordam os mecanismos de ação, incluindo: melhora de metabolismo de carboidrato e de lipídeos, melhora de pressão arterial, ação antioxidante e anti-inflamatória, etc.

Se você deseja ler mais, segue a referência: Godyla-Jabłonsk, M.; et al. Nutrients., 16(8), 1103, 2024. Doi: 10.3390/nu16081103.

Vitamina D e resistência à insulina

Inúmeras evidências apontam para o papel anti-inflamatório da vitamina D. Nesse contexto, a vitamina D parece estar envolvida em diversas doenças, incluindo infecções, doenças autoimunes, doenças cardiometabólicas, obesidade, síndrome do ovário policístico (SOP), síndrome metabólica, etc. Vale destacar que a resistência à insulina pode estar associada com várias dessas doenças, incluindo obesidade, SOP, síndrome metabólica, doenças cardiometabólicas, etc. Nessa revisão publicada em 2021, os autores revisão sobre vitamina D e resistência à insulina. Os autores colocam que a deficiência de vitamina D pode ser um dos fatores que pode acelerar o desenvolvimento de resistência à insulina. Além disso, eles colocam que a deficiência desta vitamina pode estar associada com a patogênese de doenças como a obesidade, diabetes, síndrome metabólica e SOP. Embora já se tenha muito estudos clínicos evidenciando os benefícios da suplementação de vitamina D nessas doenças associadas à resistência à insulina, os estudos envolvem populações muito heterogêneas e diferem no desenho experimental, duração e nas doses de vitamina D utilizadas. Por isso, embora a vitamina D parece ser promissora para essas situações, mais estudos ainda são necessários para se chegar a uma conclusão de dosagem e tempo de uso. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Metal pesado e síndrome metabólica

A síndrome metabólica é uma condição patológica caracterizada por obesidade abdominal, resistência à insulina, hipertensão e dislipidemia. Várias questões ambientais podem influenciar na síndrome metabólica, incluindo alimentação, exercício físico, sono, etc. Outro ponto que está sendo investigado, é a associação de síndrome metabólica e metal pesado. E foi isso que esse estudo clínico com mais de 2400 pacientes avaliou. Após análises, foi observado que o aumento de cobre e níquel urinários foi associado a mais risco de síndrome metabólica. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

 

Sono e síndrome metabólica

Essa é a semana do sono por aqui. Terça falamos de sono em crianças. Hoje, vamos falar do sono em adultos. Dormir pouco aumenta vários problemas/doenças, incluindo a síndrome metabólica. Nesse estudo publicado agora em 2019, após avaliar mais de 2700 pessoas, os autores observaram que dormir cerca de 7 horas por dia está associado com menos risco de síndrome metabólica. Por outro lado, dormir mais ou menos do que esse número pode aumentar o risco de síndrome metabólica. Por isso, pensar em melhoria da qualidade do sono é essencial. E a Nutrição pode te ajudar! Procure um bom Nutricionista!

Gengibre e diabetes

Além de ser usado na culinária, o gengibre (Zingiber officinale) também é usado com alegação de saúde, ajudando a diminuir dores, cólicas menstruais, náuseas, etc. Nessa meta-análise publicada agora em 2018, os autores investigaram o papel do gengibre no controle glicêmico, sensibilidade à insulina e perfil lipídico de pacientes com diabetes tipo 2 ou síndrome metabólica. Foram incluídos 10 artigos, totalizando 490 indivíduos. Após as análises, foi demostrado que o gengibre ajuda a controlar a glicemia (diminui a hemoglobina glicada), melhora a sensibilidade à insulina (diminui insulina em jejum e HOMA-IR), e melhora o perfil lipídico (diminui colesterol total, triglicerídeos, LDL e aumenta HDL). As doses usadas de gengibre nos estudos variaram de 1,0 a 3,0 g/dia, por no mínimo 5 a no máximo 10 semanas de uso. Dessa forma, os autores concluem que embora mais estudos a longo prazo sejam necessários, o gengibre parece ser um candidato para auxiliar no controle do diabetes e síndrome metabólica. Procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Probióticos

Já falamos várias vezes aqui no Nutrir com Ciência a importância da saúde intestinal para a saúde humana. Uma das formas de melhorar a saúde intestinal é a suplementação com probióticos. Nessa publicação de abril de 2017, os autores concluem que o uso diário de probióticos é seguro e que vai muito além da saúde intestinal e da melhora do sistema imunológico. Dentre os outros vários benefícios que os probióticos podem proporcionar, destacam-se:

  • Melhora da síndrome metabólica, auxiliando na melhora/prevenção da obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares;
  • Melhora e prevenção de doenças neuropsiquiátricas;
  • Possível ação anticâncer e antimutagênica.

Procure um nutricionista para avaliar a sua necessidade de prescrição de probióticos!

Café da manhã e síndrome metabólica

Dados recentes mostram que 25% da população mundial possui Síndrome Metabólica (SM), e esta alteração de saúde está relacionada com o desenvolvimento de outras doenças, como as doenças cardiovasculares. Modificações no estilo de vida podem contribuir para a reversão deste quadro, uma vez que essa alteração tem relação estreita com os hábitos alimentares. Sabendo disso, essa publicação de 2017 decidiu testar dois padrões de café da manhã, e avaliar marcadores inflamatórios e clínicos relacionados com a SM. Os autores avaliaram 80 indivíduos com sobrepeso e que cumpriam os critérios de diagnóstico da SM. Os participantes receberam 2 tipos de café da manhã isocalórico (4 semanas de cada um dos tipos de café da manhã), intercalados por 2 semanas de washout (período sem seguir nenhum dieta específica). O padrão de café da manhã que os autores chamaram de “café da manhã brasileiro” foi enriquecido com gordura saturada, e o “café da manhã modificado” foi composto por gordura insaturada e fibras provenientes de azeite de oliva e castanhas. Ao final do estudo os autores observaram um aumento de pressão arterial, circunferência da cintura, glicemia e marcadores inflamatórios no grupo que consumiu o “café da manhã brasileiro”, concluindo que uma intervenção dietética não saudável, mesmo que por um curto período de tempo, já é suficiente para trazer prejuízos à saúde! Procure um nutricionista para orientá-lo melhor.