Carnitina, cromo e SOP

A síndrome do ovário policístico (SOP) é uma doença multifatorial que afeta vários órgãos endócrinos. Algumas das alterações que as mulheres com SOP podem ter são: alteração no ciclo menstrual, hirsutismo (aumento de pelos), aumento de inflamação e estresse oxidativo, alteração em sintomas mentais, etc. Por outro lado, várias estratégias nutricionais estão sendo estudadas para tentar melhorar esses sintomas e a própria SOP em si. Vários estudos investigam o papel isolado da carnitina e do cromo na SOP. Esse estudo de 2019, resolveu avaliar os efeitos da co-suplementação dessas duas estratégias. Para isso, os autores suplementaram placebo OU 1000 mg de carnitina com 200 mcg de cromo por 12 semanas em 54 mulheres com SOP. Após esse período, as mulheres que receberam a co-suplementação melhoraram mais dos sintomas de humor, melhorou os parâmetros hormonais (diminui testosterona total e hirsutismo), diminui PCR (marcador de inflamação) e MDA (marcador de estresse oxidativo) e aumentou a capacidade antioxidante total. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Obesidade e SOP

A contribuição da obesidade para a síndrome do ovário policístico (SOP) ainda é controversa. Nesse artigo publicado em 2019, os autores fizeram uma grande análise avaliando a relação entre obesidade, variações genéticas e SOP. Após análises, foi observado que a cada aumento em um desvio padrão no IMC foi associado a 4,89 vezes mais risco de SOP. Além disso, foi demonstrado que a associação do polimorfismo no gene FTO (rs1421085) com o IMC foi mais forte em mulheres com SOP do que nas mulheres controle. Por outro lado, o risco genético de SOP não influenciou o IMC. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

SOP, Q10 e vitamina E

Já fiz alguns postes mostrando a relação de estratégias nutricionais que auxiliam no tratamento das mulheres com síndrome do ovário policístico (SOP). Nesse trabalho publicado mês passado, os autores avaliaram o efeito da coenzima Q10 sozinha ou associada com vitamina E nas respostas hormonais e metabólicas de mulheres com SOP. Para isso, os autores suplementaram 200 mg de coenzima Q10 ou 400 UI de vitamina E ou as duas estratégias associadas ou placebo por 8 semanas. Após esse período, observou-se que as mulheres que suplementaram coenzima Q10 reduziu a glicemia em jejum e diminuiu a resistência à insulina (diminuiu o HOMA-IR). Coenzima Q10 sozinha, vitamina E sozinha ou a associação de ambas diminuiu os níveis de testosterona. Por outro lado, somente quando as pacientes receberam a associação de coenzima Q10 e vitamina E é que melhoraram os níveis de SHBG. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Probióticos e SOP

A síndrome do ovário policístico (SOP) é uma desordem endócrina caracterizada por várias alterações clínicas e metabólicas. Uma alteração bem comum de se encontrar é o aumento da inflamação. Nesse estudo publicado em 2018, os autores utilizaram 4 cepas de probióticos (Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus plantarum, Lactobacillus fermentum e Lactobacillus gasseri), na quantidade de 1 bilhão de UFC de cada uma das cepas ou placebo, em mulheres com SOP e avaliaram a influência dessa intervenção no peso corporal e em marcadores de inflamação. Após 12 semanas, quem utilizou probióticos, diminuiu mais o peso corporal, o índice de massa corporal (IMC) e tiveram um aumento nos níveis plasmáticos de IL-10 (uma citocina com ação anti-inflamatória). Ambos os grupos (probiótico e placebo) tiveram uma diminuição de marcadores inflamatórios (IL-6 e PCR ultrassensível). Embora ainda sejam necessários mais estudos, sugere-se que o uso de probióticos possa auxiliar na modulação da inflamação nas mulheres com SOP, o que melhoraria os aspectos fisiopatológicos dessa doença. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Ômega-3 e SOP

Já falamos aqui no Nutrir com Ciência que estratégias alimentares e algumas suplementações podem ajudar mulheres com síndrome do ovário policístico (SOP). Esse estudo publicado em 2017 investigou o efeito do ômega-3 em mulheres com SOP. Para isso, os autores analisaram 88 mulheres que receberam uma suplementação por 6 meses com 2 g de óleo de peixe (180 mg de EPA e 120 mg de DHA) ou placebo. Após 6 meses, o grupo que recebeu ômega-3 diminuiu circunferência da cintura, colesterol, LDL-c, triglicerídeo e aumentou HDL-c. Porém, não influenciou na glicemia em jejum, número de folículos ovarianos, tamanho do ovário, volume menstrual, e escore de hirsutismo. Procure um nutricionista para avaliar o seu caso e ver se existe necessidade de suplementação.

Cromo e SOP

A síndrome do ovário policístico (SOP) é a desordem endócrina mais comum em mulheres na idade reprodutiva e a principal causa de infertilidade. A SOP está associada à irregularidade menstrual, anovulação, hiperandrogenismo (aumento de hormônios androgênicos como a testosterona), infertilidade, aumento da resistência à insulina, etc. Pensando nisso, uma alimentação adequada, prática de atividade física e, em alguns casos, a suplementação com alguns nutrientes, pode ajudar no tratamento da SOP. Nessa meta-análise publicada em 2017 foi avaliada a efetividade da suplementação do cromo em mulheres com SOP. Sete estudos entraram nas análises, totalizando 351 pacientes. 4 estudos usaram 200 mcg/dia de cromo e 3 artigos usaram 1000 mcg/dia de cromo. O tempo de uso variou de 8-24 semanas entre os estudos. Após meta-análise, observou-se que a suplementação de cromo foi efetiva em diminuir o IMC, a insulina em jejum e a testosterona livre das pacientes. Porém, o cromo não teve influência na testosterona total, escala de hirsutismo (aumento de pelos corporais), DHEA (outro hormônio androgênico que pode estar aumentado na SOP), e nem nos níveis de LH e FSH (hormônios que estão alterados na SOP). Ou seja, embora a suplementação de cromo não consiga mudar todos os parâmetros alterados na SOP, ela pode ajudar do tratamento. Por isso, procure um profissional qualificado para avaliar seu caso individualmente e, se houver a necessidade de suplementação, avaliar a dose e o tempo de uso necessário para seu caso.

Dieta e SOP

A síndrome do ovário policístico (SOP) afeta 6-10% das mulheres em idade reprodutiva e está associada com vários problemas, incluindo a dificuldade de ovulação, e, por consequência, dificuldade de engravidar. Mas você sabia que intervenções dietéticas podem auxiliar nisso? Uma dessas estratégias é a diminuição na ingestão calórica! Nessa revisão publicada dia 01 de janeiro de 2017 foi discutido sobre o efeito da restrição calórica em mulheres obesas com SOP. Embora ainda exista a necessidade de mais estudos, algumas evidências já demonstram que a diminuição na ingestão calórica auxilia na ovulação, aumentando a chance da mulher com SOP conseguir engravidar! A sugestão é que a restrição calórica propicie uma diminuição da obesidade e da gordura visceral que, por consequência, acabam melhorando a resistência à insulina (que é uma alteração comum nas mulheres com SOP e que está associada com a fisiopatologia dessa doença). Com a melhora da resistência à insulina, melhora também o funcionamento do ovário, aumentando a chance da mulher ovular! Vale destacar que o tipo de alimento que será ingerido também pode influenciar na resistência à insulina, e que, muitas vezes, apenas a mudança no padrão alimentar já auxilia nesse efeito. Por isso, procure um nutricionista para avaliar a necessidade de restrição calórica e/ou outras mudanças nos seus hábitos alimentares.