Alto consumo de alimentos ultraprocessados impacta negativamente na qualidade dos espermatozoides

Luana Manosso

A infertilidade masculina afeta de 9 a 15% dos homens em todo o mundo, sendo responsável por 30% de todos os casos de infertilidade. Por outro lado, vários aspectos nutricionais podem ajudar na qualidade dos espermatozoides.

Hoje compartilho um estudo que foi publicado final no ano passado que evidenciou o impacto negativo do consumo de alimentos ultraprocessados na qualidade dos espermatozoides.

Foi demostrado que homens que consumiam alta quantidade de alimentos ultraprocessados (>33,3%) tinham concentração menor de espermatozoides e uma menor mobilidade progressiva dos espermatozoides quando comparado com os homens que ingeriam menos de 11,3% de ultraprocessados.

Ref: Ceretti, E.; et al. Nutrients., 16:4129, 2024.

Consumo de ultraprocessados na adolescência pode estar ligado à insônia

Luana Manosso (1080 × 1350 px) (Post para Instagram (Quadrado)) (1)

Com uma certa regularidade eu compartilho estudos aqui com vocês sobre o impacto negativo do consumo de ultraprocessados. Hoje trago dados de uma recente meta-análise publicada agora em novembro.

Nessa meta-análise, os autores analisaram dados de 7 estudos e evidenciaram que o maior consumo de alimentos ultraprocessados foi associado a mais risco de insônia, em especial em adolescentes.

Ref: Pourmotabbed, A.; et al. Nutrients., 16(21), 3767, 2024. Doi: 10.3390/nu16213767

Ultraprocessados e o risco de glaucoma

Luana Manosso

O glaucoma é uma causa significativa de cegueira que afeta mais de 70 milhões de indivíduos em todo o mundo. Ela é caracterizada por um grupo de doenças oculares que resultam na perda progressiva de células ganglionares da retina (que são responsáveis pela conexão com o nervo óptico).

Um estudo prospectivo de coorte (publicado dia 04/04/24), analisando mais de 19 mil pessoas evidenciou uma associação entre um maior consumo de alimentos ultraprocessados e glaucoma.

Além disso, o trabalho mostrou que essa associação ocorreu em especial nos homens com mais de 55 anos.

(Referência: López-Gil, J.F.; et al. Nutrients., 16(7), 1053, 2024. Doi: 10.3390/nu16071053)

Adoçantes artificiais e sintomas depressivos

adoçantes artificiais e sintomas depressivos

Estudo publicado mês passado, com mais de 31 mil mulheres, evidenciou que pessoas que consumiam mais ultraprocessados (>8,8 porções ao dia) tinham mais sintomas depressivos do que as mulheres que consumiam menos ultraprocessados.

Além disso, o estudo também avaliou vários tipos de ultraprocessados e viu que o que mais foi associado aos sintomas depressivos foram os alimentos ou bebidas com adoçantes artificiais.

Referência: Samuthpongtorn, C. et al. JAMA Netw Open., 6(9):e2334770, 2023. doi: 10.1001/jamanetworkopen.2023.34770.

Consumo de ultraprocessados e a piora da composição corporal

Luana Manosso (1080 × 1350 px) (29)

O consumo de ultraprocessados tem mostrado impactar negativamente em várias questões de saúde.

Além disso, o consumo de ultraprocessados pode piorar a composição corporal.

Um estudo realizado em Teresina e publicado agora em julho desse ano evidenciou que o consumo de ultraprocessados foi associado a um aumento de gordura subcutânea em adultos jovens (20-35 anos) e com menos massa muscular em adultos de 36 – 59 anos.

Referência: Nascimento, L.M.; et al. Nutrients., 15(14), 3157, 2023. Doi: 10.3390/nu15143157

Consumo de alimentos ultraprocessados e a depressão

ultraprocessados

O alto consumo de alimentos ultraprocessados está associado à vários problemas de saúde.

Se você me acompanha por aqui, já viu post do último ano falando sobre o consumo de ultraprocessados no diabetes, hipertensão arterial e na saúde mental de adolescentes.

Hoje, trago de referência para vocês um estudo de coorte publicado em janeiro de 2023 com adultos jovens, que evidenciou que o aumento no consumo de ultraprocessados foi associado à mais sintomas depressivos.

(Referência: Godos, J.; et al. Nutrients., 15(3): 504, 2023. Doi: 10.3390/nu15030504)

Mais um motivo, dentre vários outros, para evitar o consumo desse tipo de alimento.

Alimentos ultraprocessados e hipertensão em adultos

Luana_Manosso_(1)

O consumo de ultraprocessados não traz problemas somente para adolescentes. Adultos também podem ter aumento no risco de doenças se consumirem altas quantidades de alimentos ultraprocessados.

De exemplo, trago esse estudo publicado agora em novembro desse ano que revelou que quanto maior o consumo em gramas de alimentos ultraprocessados, maior era o risco de ter hipertensão arterial. Interessantemente, esse risco era maior nos indivíduos mais jovens (< 40 anos) do que nos mais velhos.

Referência: Li, M.; Shi, Z. Nutrients., 14(22):4783, 2022. Doi: 10.3390/nu14224783

 

 

Ultrapeocessados e diabetes tipo 2

Os alimentos ultraprocessados são produtos que passaram por uma série de processos industriais, incluindo processos físicos, biológicos ou químicos, aliados ao uso de aditivos como corantes, emulsificantes e conservantes. ‼️

⚠️O consumo desses alimentos vem aumentando dos últimos anos. Em paralelo, prevalência de doenças crônicas não transmissíveis também vem aumentando. O que alguns estudos têm demonstrado que é que isso pode ter associação.

📚Um estudo de revisão publicado agora em 2022 descreveu oito grandes estudos que demonstraram que um aumento no consumo de ultraprocessados aumenta o risco de desenvolver diabetes mellitus tipo 2 e diabetes gestacional.

Seu padrão alimentar influencia muito no risco de desenvolver ou não doenças crônicas não transmissíveis. E o profissional habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o nutricionista. 👩🏼‍⚕️💚

👉🏻Referência: Almarshad, M.I.; et al. Nutrients., 14, 2366, 2022. Doi: 10.3390/nu14122366

Tempo de tela e alimentação

A pandemia da COVID-19 alterou vários hábitos de vida. Incluindo hábitos alimentares e de prática de atividade física. De modo bem interessante, esse estudo realizado no Brasil, com mais de 39 mil adultos avaliou a relação entre a quantidade de exposição às telas (TV, computador, tabletes) e o consumo de alimentos ultraprocessados durante a pandemia da COVID-19. Após análises estatísticas, foi observado que as pessoas que ficavam mais horas vendo TV ou no computador / tablet também comiam mais alimentos ultraprocessados e menos frutas e verduras. Ou seja, dois fatores que podem piorar a saúde (má alimentação a falta de atividade física) estando correlacionados. E isso pode repercutir em consequências a longo prazo.

Ultraprocessados e doença celíaca

A doença celíaca é uma doença multifatorial, causada por uma reação imunológica que é desencadeada pela ingestão de glúten e proteínas relacionadas. O único tratamento para a doença celíaca é a exclusão do glúten da dieta. Porém, não adianta excluir o glúten e só comer alimentos ultraprocessados sem glúten. O fato de um alimento não ter glúten não significa que, obrigatoriamente, ele seja saudável. Nesse estudo publicado em 2021 os autores avaliaram o consumo de ultraprocessados em crianças com doença celíaca e correlacionaram isso com marcadores de estresse oxidativo e inflamação. Após análises, foi observado que as crianças que consumiam mais alimentos ultraprocessados tinham aumento de marcadores associados à inflamação e ao estresse oxidativo. Ou seja, não basta retirar o glúten, é preciso ter boas escolhas alimentares. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!