Ultraprocessados e o risco de glaucoma

Luana Manosso

O glaucoma é uma causa significativa de cegueira que afeta mais de 70 milhões de indivíduos em todo o mundo. Ela é caracterizada por um grupo de doenças oculares que resultam na perda progressiva de células ganglionares da retina (que são responsáveis pela conexão com o nervo óptico).

Um estudo prospectivo de coorte (publicado dia 04/04/24), analisando mais de 19 mil pessoas evidenciou uma associação entre um maior consumo de alimentos ultraprocessados e glaucoma.

Além disso, o trabalho mostrou que essa associação ocorreu em especial nos homens com mais de 55 anos.

(Referência: López-Gil, J.F.; et al. Nutrients., 16(7), 1053, 2024. Doi: 10.3390/nu16071053)

Adoçantes artificiais e sintomas depressivos

adoçantes artificiais e sintomas depressivos

Estudo publicado mês passado, com mais de 31 mil mulheres, evidenciou que pessoas que consumiam mais ultraprocessados (>8,8 porções ao dia) tinham mais sintomas depressivos do que as mulheres que consumiam menos ultraprocessados.

Além disso, o estudo também avaliou vários tipos de ultraprocessados e viu que o que mais foi associado aos sintomas depressivos foram os alimentos ou bebidas com adoçantes artificiais.

Referência: Samuthpongtorn, C. et al. JAMA Netw Open., 6(9):e2334770, 2023. doi: 10.1001/jamanetworkopen.2023.34770.

Consumo de ultraprocessados e a piora da composição corporal

Luana Manosso (1080 × 1350 px) (29)

O consumo de ultraprocessados tem mostrado impactar negativamente em várias questões de saúde.

Além disso, o consumo de ultraprocessados pode piorar a composição corporal.

Um estudo realizado em Teresina e publicado agora em julho desse ano evidenciou que o consumo de ultraprocessados foi associado a um aumento de gordura subcutânea em adultos jovens (20-35 anos) e com menos massa muscular em adultos de 36 – 59 anos.

Referência: Nascimento, L.M.; et al. Nutrients., 15(14), 3157, 2023. Doi: 10.3390/nu15143157

Consumo de alimentos ultraprocessados e a depressão

ultraprocessados

O alto consumo de alimentos ultraprocessados está associado à vários problemas de saúde.

Se você me acompanha por aqui, já viu post do último ano falando sobre o consumo de ultraprocessados no diabetes, hipertensão arterial e na saúde mental de adolescentes.

Hoje, trago de referência para vocês um estudo de coorte publicado em janeiro de 2023 com adultos jovens, que evidenciou que o aumento no consumo de ultraprocessados foi associado à mais sintomas depressivos.

(Referência: Godos, J.; et al. Nutrients., 15(3): 504, 2023. Doi: 10.3390/nu15030504)

Mais um motivo, dentre vários outros, para evitar o consumo desse tipo de alimento.

Alimentos ultraprocessados e hipertensão em adultos

Luana_Manosso_(1)

O consumo de ultraprocessados não traz problemas somente para adolescentes. Adultos também podem ter aumento no risco de doenças se consumirem altas quantidades de alimentos ultraprocessados.

De exemplo, trago esse estudo publicado agora em novembro desse ano que revelou que quanto maior o consumo em gramas de alimentos ultraprocessados, maior era o risco de ter hipertensão arterial. Interessantemente, esse risco era maior nos indivíduos mais jovens (< 40 anos) do que nos mais velhos.

Referência: Li, M.; Shi, Z. Nutrients., 14(22):4783, 2022. Doi: 10.3390/nu14224783

 

 

Ultrapeocessados e diabetes tipo 2

Os alimentos ultraprocessados são produtos que passaram por uma série de processos industriais, incluindo processos físicos, biológicos ou químicos, aliados ao uso de aditivos como corantes, emulsificantes e conservantes. ‼️

⚠️O consumo desses alimentos vem aumentando dos últimos anos. Em paralelo, prevalência de doenças crônicas não transmissíveis também vem aumentando. O que alguns estudos têm demonstrado que é que isso pode ter associação.

📚Um estudo de revisão publicado agora em 2022 descreveu oito grandes estudos que demonstraram que um aumento no consumo de ultraprocessados aumenta o risco de desenvolver diabetes mellitus tipo 2 e diabetes gestacional.

Seu padrão alimentar influencia muito no risco de desenvolver ou não doenças crônicas não transmissíveis. E o profissional habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o nutricionista. 👩🏼‍⚕️💚

👉🏻Referência: Almarshad, M.I.; et al. Nutrients., 14, 2366, 2022. Doi: 10.3390/nu14122366

Tempo de tela e alimentação

A pandemia da COVID-19 alterou vários hábitos de vida. Incluindo hábitos alimentares e de prática de atividade física. De modo bem interessante, esse estudo realizado no Brasil, com mais de 39 mil adultos avaliou a relação entre a quantidade de exposição às telas (TV, computador, tabletes) e o consumo de alimentos ultraprocessados durante a pandemia da COVID-19. Após análises estatísticas, foi observado que as pessoas que ficavam mais horas vendo TV ou no computador / tablet também comiam mais alimentos ultraprocessados e menos frutas e verduras. Ou seja, dois fatores que podem piorar a saúde (má alimentação a falta de atividade física) estando correlacionados. E isso pode repercutir em consequências a longo prazo.

Ultraprocessados e doença celíaca

A doença celíaca é uma doença multifatorial, causada por uma reação imunológica que é desencadeada pela ingestão de glúten e proteínas relacionadas. O único tratamento para a doença celíaca é a exclusão do glúten da dieta. Porém, não adianta excluir o glúten e só comer alimentos ultraprocessados sem glúten. O fato de um alimento não ter glúten não significa que, obrigatoriamente, ele seja saudável. Nesse estudo publicado em 2021 os autores avaliaram o consumo de ultraprocessados em crianças com doença celíaca e correlacionaram isso com marcadores de estresse oxidativo e inflamação. Após análises, foi observado que as crianças que consumiam mais alimentos ultraprocessados tinham aumento de marcadores associados à inflamação e ao estresse oxidativo. Ou seja, não basta retirar o glúten, é preciso ter boas escolhas alimentares. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Ultraprocessados e saúde

Se você me acompanha a mais tempo, sabe que o assunto alimentação saudável é bem recorrente por aqui. E sabe também que, para ter essa alimentação saudável, precisamos ingerir muitos alimentos “de verdade”, em especial frutas e verduras, e poucos alimentos industrializados, em especial, os ultraprocessados. Um grande estudo feito no Brasil demonstrou, por exemplo, que dietas ricas em alimentos ultraprocessados são dietas desequilibradas em nutrientes e perigosa a saúde. E nessa revisão agora desse ano, os autores abordam as principais doenças que podem ocorrer quando sua alimentação possui muito alimento ultraprocessado. Em adultos, o alto consumo desse tipo de alimento pode estar associado ao sobrepeso, obesidade, riscos cardio-metabólicos, câncer, diabetes tipo 2, síndrome do intestino irritável, depressão e mortalidade por todas as causas. Entre crianças e adolescentes, os ultraprocessados podem aumentar riscos cardio-metabólicos e asma. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Cálculo renal e dieta

A nefrolitíase, também conhecida como cálculo renal ou pedra nos rins é uma condição bem comum na população. O tipo de “pedra” mais comum é de oxalato de cálcio. Esse problema é influenciado por múltiplos fatores ambientais, incluindo a alimentação. E é justamente sobre isso que essa revisão aborda. Como principais estratégias para diminuir o risco de cálculo renal, os autores colocam: diminuir consumo de carnes vermelhas, de alimentos ricos em cálcio (em especial leite e derivados) e de alimentos ricos em sódio (em especial os industrializados). Por outro lado, é importante aumentar o consumo de água, frutas e verduras. Além disso, os autores colocam que uma dieta vegetariana é o tipo de alimentação que mais está associada com menor risco de cálculo renal. E lembre-se que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista. Procure o seu.