Dieta Plant Based e a sensibilidade à insulina

Luana Manosso (1)

Uma dieta plant based é definida como uma dieta que se concentra principalmente na obtenção de ingestão de energia por meio de alimentos vegetais, incluindo frutas, vegetais, leguminosas, oleaginosas.

O número de estudos trazendo o benefício desse tipo de dieta vem crescendo nos últimos anos.
Hoje compartilho uma meta-análise publica agora em julho de 2024 com dados de 8 estudos com pessoas com IMC ≥ 25 kg/m2, pré-diabetes ou DM2.

Após análises estatísticas, foi evidenciado que uma dieta plant based (por mais de 14 dias) reduziu HOMA-IR e a insulina em jejum em pessoas com sobrepeso/obesidade. Porém, não foi observado efeitos em pessoas com pré-diabetes ou diabetes.

Se você quiser ler mais detalhes, segue a referência do artigo: Termannsen, A.D.; et al. Nutrients., 16(13), 2110, 2024. Doi: 10.3390/nu16132110

Dieta vegetariana e artrite reumatoide

A artrite reumatoide é uma doença autoimune, inflamatória e crônica. As articulações das mãos, pulsos e joelhos são as mais afetadas. Doenças infecciosas, cigarro e alteração na microbiota intestinal são alguns dos fatores associados com a progressão dessa doença. Além disso, mudanças alimentares podem influenciar na artrite reumatoide. Nessa revisão de 2019 os autores discutem sobre o papel de uma dieta mais baseada em plantas e com menos produtos de origem animal para artrite reumatoide. Embora ainda sejam necessários mais estudos para termos uma real certeza do efeito de uma dieta vegetariana para artrite reumatoide, já existem alguns dados sugerindo que excesso de carnes vermelhas, leite e derivados podem exacerbar os sintomas da artrite reumatoide por conta do efeito inflamatório desses alimentos. Por outro lado, dieta baseada em plantas (frutas, verduras) vão ter vários fitoquímicos e fibras, que vão ajudar a diminuir a inflamação e a modular a microbiota intestinal. Assim, diminuir produtos de origem animal e aumentar produtos de origem vegetal parece ser uma estratégia interessante para auxiliar no tratamento da artrite reumatoide. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Dieta e esclerose múltipla

A esclerose múltipla é uma doença inflamatória autoimune incurável que leva à desmielinização no sistema nervoso central. Essa doença afeta cerca de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo. A maior parte das pessoas começarão com uma esclerose múltipla do tipo remitente-recorrente, onde as recaídas ou exacerbações são seguidas por perí­odos de recuperação. Em alguns casos, a doença segue um curso progressivo desde o início, sem momentos de recuperação. Como não tem cura, o tratamento farmacológico é baseado em sintomas e costuma ter vários efeitos colaterais. E ai entra a Nutrição. Algumas estratégias alimentares parecem melhorar a qualidade de vida desses pacientes, na tentativa de não evoluir a doença tão rápido. Embora ainda sejam necessários mais estudos, essa revisão de 2019 aborda os principais alimentos que devem ser evitados e aqueles que devem ser incluídos na alimentação. Após revisar 32 estudos, os autores colocam que os principais alimentos que devem ser diminuídos da dieta são: alimentos com gordura saturada, açúcar, leite e glúten. Por outro lado, deve-se aumentar o consumo de frutas, verduras, alimentos ricos em fibras, ômega-3 e vitamina D. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista! Procure um para orientá-lo melhor e analisar seu caso individualmente.

 

Vitamina B12 e vegetariano

Pessoas vegetarianas ou veganas são mais suscetíveis à deficiência de vitamina B12, e isso pode aumentar o risco de anemia megaloblástica, problemas cognitivos, depressão, etc. Por isso, muitos desses pacientes precisam de suplementação de vitamina B12. Mas quanto dar de suplementação? Esse estudo comparou a suplementação com baixa dose (50 mcg/dia, totalizando 350 mcg/semana) com uma suplementação com alta dose (2000 mcg/semana em uma única tomada) por 90 dias em pacientes vegetarianos ou veganos com deficiência marginal de B12. Após 90 dias, ambos os protocolos aumentaram os níveis de B12 e outros parâmetros associados com o metabolismo dessa vitamina (holotranacobalamina, ácido succinico) de forma similar. Além disso, ambos os protocolos diminuíram o ácido metilmalônico e a homocisteína. Ou seja, trabalhar com baixas doses todos os dias já foi eficiente na recuperação da B12 nesses pacientes. Mas lembre-se, lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!