Nutrição e dor crônica

A dor crônica é definida como qualquer dor persistente que dura mais de três meses. É uma condição debilitante com prevalência aumentada em idosos. A patogênese e progressão da dor crônica parece ser influenciada por uma combinação de fatores fisiológicos, psicossociais e de estilo de vida. De modo interessante, alguns desses fatores, incluindo padrões nutricionais, são passíveis de intervenções clínicas. Uma das estratégias nutricionais que pode beneficiar quem tem dor crônica é o consumo de alimentos e suplementos com ação anti-inflamatória, já que o aumento de inflamação pode piorar a dor. Neste estudo publicado agora em 2022, realizado com 318 pessoas com dor crônica e 82 pessoas sem dor, foi avaliado se os níveis de vitamina D e a razão entre ácidos graxo ômega-6 e ácidos graxos ômega-3 influenciavam nos níveis de proteína C reativa (PCR – marcador de inflamação) em pessoas com dor crônica. Após análises estatísticas, foi observado que deficiência de vitamina D (< 20 ng/mL) e relação ômega-6:ômega-3 maior do que 5 foram associados com níveis maiores de PCR, sugerindo mais inflamação. Ou seja, ajustar os níveis e vitamina D e a ingestão alimentar para propiciar uma melhor relação entre w6 e w3 pode ser interessante para quem possuiu dores crônicas. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Vitamina D e Alzheimer

A vitamina D tem inúmeros papéis para o organismo humano. No cérebro, a vitamina D influencia em muitos processos celulares envolvendo neurônios e as células da glia. Além de exercer efeito anti-inflamatório, reduzir estresse oxidativo e ter um efeito neuroprotetor, a vitamina D também parece influenciar no clearance (limpeza) da placa beta-amiloide (um dos achados da fisiopatologia da doença de Alzheimer). Por esse motivo, a vitamina D está sendo estudada para a doença de Alzheimer. Nessa revisão publicada agora em 2021, os autores colocam algumas evidências que sugerem que baixos níveis de vitamina D podem estar associados com o início e a progressão do Alzheimer. Porém, ainda existem dados controversos e por isso, segundo os autores, ainda não podemos afirmar que isso seja verdadeiro ou estabelecer algum valor para a vitamina D. Mas uma coisa é certa, como ela possui tantas funções, é importante não estar com deficiência de vitamina D. E lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Antioxidantes e SOP

O estresse oxidativo é gerado quando se tem um desequilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigênio e a capacidade antioxidante. O estresse oxidativo é conhecido por contribuir para uma variedade de doenças como a síndrome do ovário policístico (SOP). Assim, a utilização de antioxidantes pode ser eficaz na prevenção ou auxiliar no tratamento dessas doenças. Nesta revisão publicada em 2021, os autores revisão estudos clínicos que examinaram a eficiência das estratégias antioxidantes na SOP e os possíveis mecanismos subjacentes. Dos antioxidantes, os autores abordam o papel da vitamina D, vitamina E, coenzima Q10, carnitina, resveratrol, curcumina e quercetina. Os autores colocam que o uso desses antioxidantes pode reduzir o estresse oxidativo, inflamação, angiogênese e melhorar o perfil de hormônios sexuais, perfil metabólico e índices antropométricos. Dessa forma, pode melhorar a fertilidade dos pacientes com SOP. Porém, vale a pena destacar que mais estudos são necessários. Por isso, antes de sair fazendo o uso de tudo isso, procure um Nutricionista para orientá-lo melhor!

Vitamina D e resistência à insulina

Inúmeras evidências apontam para o papel anti-inflamatório da vitamina D. Nesse contexto, a vitamina D parece estar envolvida em diversas doenças, incluindo infecções, doenças autoimunes, doenças cardiometabólicas, obesidade, síndrome do ovário policístico (SOP), síndrome metabólica, etc. Vale destacar que a resistência à insulina pode estar associada com várias dessas doenças, incluindo obesidade, SOP, síndrome metabólica, doenças cardiometabólicas, etc. Nessa revisão publicada em 2021, os autores revisão sobre vitamina D e resistência à insulina. Os autores colocam que a deficiência de vitamina D pode ser um dos fatores que pode acelerar o desenvolvimento de resistência à insulina. Além disso, eles colocam que a deficiência desta vitamina pode estar associada com a patogênese de doenças como a obesidade, diabetes, síndrome metabólica e SOP. Embora já se tenha muito estudos clínicos evidenciando os benefícios da suplementação de vitamina D nessas doenças associadas à resistência à insulina, os estudos envolvem populações muito heterogêneas e diferem no desenho experimental, duração e nas doses de vitamina D utilizadas. Por isso, embora a vitamina D parece ser promissora para essas situações, mais estudos ainda são necessários para se chegar a uma conclusão de dosagem e tempo de uso. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Suplementos e diabetes gestacional

Essa semana estou falando sobre o diabetes gestacional. Terça-feira mostrei um estudo falando do impacto de bebidas no risco de desenvolver diabetes durante a gestação. O estudo que trago hoje é uma meta-análise que investigou o papel de vários suplementos nutricionais na capacidade de diminuir o estresse oxidativo em mulheres com diabetes gestacional. O diabetes gestacional pode piorar o estresse oxidativo nas mulheres grávidas, o que pode trazer várias consequências. Por isso, pensar em estratégias para diminuir esse estresse oxidativo é bem interessante. E essa meta-análise agora de 2021 demonstrou que vários suplementos conseguem fazer isso, que foram: vitamina D, vitamina D + cálcio, ômega-3 + vitamina E, magnésio + zinco + cálcio e probióticos. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista. Ele vai avaliar o seu caso e identificar o que você deve ou não suplementar.  Por fim, vale a pena destacar que suplementar não elimina a necessidade de fazer ajustes na alimentação. A alimentação continua tendo o papel mais importante quanto falamos de diabetes gestacional.

Vitamina D e COVID-19

A vitamina D tem sido uma das estratégias mais estudadas agora na pandemia da COVID-19. Embora ainda não tenhamos certezas de muitas coisas, alguns estudos têm sugerido o benefício da vitamina D. De modo interessante, esse estudo avaliou a eficácia da suplementação com vitamina D (em duas doses diferentes: 5000 UI por dia ou 1000 UI por dia) por 2 semanas e como foi a recuperação de sintomas leves e moderados da COVID-19. De modo interessante, após duas semanas de suplementação, o grupo que utilizou 5000 UI de vitamina D por dia além de aumentar os níveis de vitamina D no sangue, diminuiu mais rápido os sintomas da COVID-19, em especial a tosse e a ageusia (perda do paladar). Isso sugere que talvez a vitamina D possa ser interessante como um terapia adjuvante no tratamento da COVID-19. Mas lembre-se, a suplementação sempre deve ser feita orientada por um profissional da saúde. Procure um médio ou um nutricionista.

Vitamina D e COVID-19

Há mais de um ano estamos enfrentando a pandemia da COVID-19. E inúmeros cientistas espalhados pelo mundo estão fazendo pesquisas para tentar entender melhor sobre esse vírus e sobre estratégias que poderiam auxiliar no tratamento. Nesse estudo publicado agora em 2021, realizado em 5 hospitais públicos no Sul da Espanha, foi observado o papel da suplementação de vitamina D durante a internação e o risco dos pacientes morrerem. Para isso, os pacientes com COVID-19 receberam placebo ou vitamina D (21.280 UI no dia da internação e depois 10.640 UI nos dias 3, 7, 14, 21 e 28 de internação). Após análises ajustadas para confundidores, foi observado que a suplementação de vitamina D foi associada à menor taxa de mortalidade do que os pacientes que não receberam vitamina D. Mas é bom destacar que tudo é muito novo no que se refere a COVID-19 e que mais estudos são necessários.

SOP e nutrição

Se você me acompanha a mais tempo, já viu vários postes falando sobre alguns aspectos nutricionais para auxiliar no tratamento da síndrome do ovário policístico (SOP). Já teve post por aqui falando sobre a importância da alimentação e sobre vários nutrientes e substâncias que podem auxiliar no tratamento, como probióticos, cromo, magnésio, coenzima Q10, ácido lipoico, curcumina, mioinositol, entre outros. Vale lembrar que a SOP é a doença endocrinológica mais prevalente nas mulheres em idade reprodutiva e que pode aumentar o risco de vários outros problemas. Por isso, melhorar a fisiopatologia é muito importante. E a nutrição pode ajudar muito nisso. Nessa revisão agora de 2021 os autores abordam alguns nutrientes e substâncias nutricionais que podem auxiliar no tratamento de mulheres com SOP. Os autores destacam o papel do mioinositol, resveratrol, flavonoides, vitaminas E, C, D e ômega-3. Porém, vale lembrar que existem outros nutrientes e substâncias importantes e que ajustar a alimentação também é essencial. Por isso, procure um Nutricionista para avaliar quais estratégias são mais interessantes no seu caso.

Dieta e intestino

As doenças inflamatórias intestinais (DII) como colite ulcerativa e doença de Crohn são caracterizadas por inflamação crônica recorrente e remitente do trato gastrointestinal. Uma das questões que age direto no intestino é a alimentação. Alguns alimentos podem impactar de forma benéfica, enquanto outros podem ser prejudiciais. Nessa revisão agora de 2021 os autores abordam justamente sobre isso. Os autores colocam 3 principais mecanismos de ação pela qual a alimentação pode impactar nas DII: modulam a microbiota, influenciam na permeabilidade e funcionamento intestinal e modulam o sistema imune. Dos alimentos ou estratégias que trazem benefícios, os autores dão destaque para: aumento de fibras, alimentos com ômega-3, alimentos com vitamina D, alimentos com zinco. Além disso, uma dieta com baixo FODMAP parece ajudar no alívio de sintomas. Por outro lado, os autores também citam alguns alimentos que parecem piorar DII como: açúcares e refrigerantes, alta ingestão de ômega-6 e gordura saturada, emulsificantes (aditivos alimentares que melhoram textura dos alimentos industrializados), glúten e excesso de carnes vermelhas. Porém, vale lembrar que mais estudos são necessários e que individualidade é muito importante. Por isso, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Fibromialgia e nutrição

A fibromialgia é uma síndrome multifatorial de etiologia desconhecida, caracterizada por dor crônica generalizada e várias manifestações somáticas e psicológicas. O tratamento requer uma abordagem multidisciplinar combinando estratégias farmacológicas e não farmacológicas. Das estratégias não farmacológicas, evidências recentes sugerem um benefício da nutrição. Embora ainda não podemos afirmar 100% alguma coisa, das principais estratégias suplementares que poderiam trazer benefício para a fibromialgia, os autores colocam a vitamina D, o magnésio, o ferro e o uso dos probióticos. Pensando em alimentação, incluir o azeite de oliva, ter uma dieta vegetariana ou seguir um estilo de dieta mediterrânea ou uma dieta baixo em FODMAP parecem aliviar os sintomas de fibromialgia. Além disso, também temos alguns estudos com dieta sem glúten, dieta sem aspartame e dieta sem glutamato monossódico. Mas lembre-se, individualidade é MUITO importante. Apenas um profissional competente e atualizado vai avaliar qual a melhor estratégia a ser utilizada!