Ovos

O consumo de ovos na alimentação já gerou e gera ainda bastante polêmica. É o vilão? É o mocinho? Mas você sabe todos os nutrientes que o ovo tem? Entender os aspectos nutricionais dos ovos pode te ajudar a definir o quanto adicionar esse alimento na sua dieta. Essa revisão de 2019 aborda os principais aspectos nutricionais dos ovos.

Em relação aos macronutrientes, a clara do ovo tem aproximadamente 87,8% de água, 10,9% de proteína, 0,9% de carboidrato e 0,2% de gordura. Já a gema do ovo tem aproximadamente 55% de água, 15,5% de proteína, 1,1% de carboidrato e 26,7% de gordura. Se considerarmos 100 g de ovo, ele contem uma média de 12,5 g de proteína (100 g de gema tem em torno de 15,9 g e 100 g de clara tem em torno de 10,9 g de proteína). A quantidade de lipídeo total varia de 8,7 a 11,2 g por 100 g de ovo, sendo que a quantidade de ácidos graxos monoinsaturados é maior do que a de ácidos graxos saturados.

Além de macronutrientes, o ovo é cheio de micronutrientes, em especial na gema do ovo. A gema do ovo contém praticamente todas as vitaminas, exceto vitamina C. Vale a pena destacar a quantidade de colina, que é de cerca de 680 mg em 100 g de gema. Já a clara do ovo contém um pouco de vitaminas do complexo B, em especial B2, B3 e B5. A vitamina B3 é a única vitamina que tem mais na clara do que na gema do ovo. Em relação aos minerais e elementos traços, os ovos possuem cálcio, cobre, iodo, ferro, magnésio, manganês, fósforo, potássio, selênio, sódio e zinco. Desses, a maioria está presente na gema. A clara por sua vez, tem um pouco mais de magnésio, potássio e sódio.

Os ovos também possuem proteínas com ação antimicrobiana e imunomodulatórias. Ou seja, o ovo tem vários nutrientes importantes para a saúde. Mas lembre-se, o profissional mais habilitado para saber o quanto você deve ingerir de ovo é o nutricionista. Procure o seu.

Vitamina K e diabetes

O diabetes é uma doença metabólica cuja prevalência está aumentando a cada dia. E vários fatores ambientais, especialmente dietéticos, podem influenciar no risco de ter ou não diabetes. Nesse estudo publicado em 2019, os autores investigaram a relação entre os níveis de vitamina K circulante e o risco de ter diabetes tipo 2. Após análises, os autores observaram que as pessoas que tinham níveis aumentados de vitamina K tinham um menor risco de diabetes tipo 2. Assim, ajustar a ingestão dietética de vitamina K é super importante. E nunca esqueça que o profissional mais habilitado para orientá-lo sobre alimentação é o Nutricionista!

Complexo B e enxaqueca

A enxaqueca é uma doença neurovascular complexa e é uma consequência de uma interação entre fatores genéticos, epigenéticos e ambientais. Um dos genes mais estudados para a enxaqueca é o gene que codifica a enzima MTHFR, envolvida no metabolismo do ácido fólico e da homocisteína. Após fazer uma revisão sobre o assunto, os autores desse artigo de 2019 colocam que é interessante avaliar a presença o polimorfismo na MTHFR (C677T), bem como os níveis de homocisteína em paciente com enxaqueca, em especial enxaqueca com aura. Nesses casos, o uso de vitaminas do complexo B, em especial ácido fólico, B12 e B6 poderia ser interessante. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

 

SOP, Q10 e vitamina E

Já fiz alguns postes mostrando a relação de estratégias nutricionais que auxiliam no tratamento das mulheres com síndrome do ovário policístico (SOP). Nesse trabalho publicado mês passado, os autores avaliaram o efeito da coenzima Q10 sozinha ou associada com vitamina E nas respostas hormonais e metabólicas de mulheres com SOP. Para isso, os autores suplementaram 200 mg de coenzima Q10 ou 400 UI de vitamina E ou as duas estratégias associadas ou placebo por 8 semanas. Após esse período, observou-se que as mulheres que suplementaram coenzima Q10 reduziu a glicemia em jejum e diminuiu a resistência à insulina (diminuiu o HOMA-IR). Coenzima Q10 sozinha, vitamina E sozinha ou a associação de ambas diminuiu os níveis de testosterona. Por outro lado, somente quando as pacientes receberam a associação de coenzima Q10 e vitamina E é que melhoraram os níveis de SHBG. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Antioxidantes e neurodegeneração

Várias evidências sugerem que o estresse oxidativo desempenha um papel relevante no desenvolvimento e/ou piora de doenças neurodegenerativas como doença de Alzheimer, Parkinson, Huntington e esclerose lateral amiotrófica. Esse estresse oxidativo ocorre quando temos um aumento de radicais livre e/ou diminuição de antioxidantes. Dessa forma, aumentar a ingestão de antioxidantes via dieta pode ser uma estratégia importante para ajudar a diminuir o estresse oxidativo. Nessa revisão publicada agora em 2018, os autores discutem sobre a importância de antioxidantes lipídicos nas doenças neurodegenerativas. Observa-se que os níveis sanguíneos de vitamina A, beta-caroteno, alfa-caroteno, licopeno, luteína, vitamina E e coenzima Q10 estão diminuídos em doenças neurodegenerativas. Entretanto, ainda não é claro se a suplementação com esses nutrientes traria benefício. Ou seja, o que se sabe é que é importante uma adequação na alimentação para equilibrar os níveis plasmáticos desses antioxidantes no sangue. Se será ou não necessário um complemento com suplementação, isso deverá ser analisado individualmente. Procure um nutricionista para orientá-lo melhor.

 

Vitamina C e humor

Vários micronutrientes impactam na estrutura e função neuronal. Dessa forma, não é de se espantar que a deficiência de algumas vitaminas e minerais podem aumentar a chance de ter alterações neurológicas, como uma piora do humor. Nesse estudo publicado em 2018, os autores investigaram se as concentrações plasmáticas de vitamina C poderiam influenciar na modulação do humor de adultos jovens saudáveis. Após análises estatísticas, foi demonstrado que pacientes com concentrações plasmáticas de vitamina C abaixo de 58,2 µmol/L tinham mais alterações de humor do que os pacientes com concentrações plasmáticas maiores que 58,2 µmol/L. Ou seja, ter uma dieta adequada nesse micronutriente é muito importante. Procure um nutricionista para orientá-lo melhor.

Nutracêuticos e pele

A pele é o maior órgão do corpo humano. Cuidar da pele vai muito além de pensar em beleza. É pele é importante para a proteção contra micro-organismos, contra raios ultravioleta, é importante para a síntese de vitamina D, entre outras funções. Nessa revisão publica em 2018 os autores discutem sobre os principais nutrientes para manter uma pele saudável. Dentre os nutrientes, se destacam: Peptídeos bioativos do colágeno; carotenoides, vitamina E e C; zinco e selênio; ômega-3; coenzima Q10; extratos botânicos (em especial Pinus pinaster e Polypodium leucotomus); e galacto-oligossacarídeo (GOS). Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Vitaminas e gaucoma

O glaucoma é uma designação para doenças oculares que provocam danos ao nervo ótico e perda da visão. Mas você sabia que a ingestão dietética de algumas vitaminas pode diminuir o risco de glaucoma? Nessa meta-análise publicada agora em 2018, foi evidenciado que a ingestão dietética de vitamina A e vitamina C diminui o risco de glaucoma de ângulo aberto. Procure um nutricionistas para orientá-lo melhor.

Vitamina K e esclerose múltipla

A esclerose múltipla é uma doença autoimune em que ocorre a morte dos oligodendrócitos (células que formam a bainha de mielina). Uma das questões envolvidas na fisiopatologia dessa doença é a inflamação. Nesse ponto, alguns aspectos nutricionais vem sendo estudados. Nesse estudo publicado agora em 2018 foi avaliado os níveis de vitamina K2 nesses pacientes e foi visto que pacientes com esclerose múltipla tem níveis séricos de vitamina K2 muito menores do que pacientes sem a doença (mais de 3 vezes menor). Segundo os autores, isso pode ocorrer devido a depleção dessa vitamina, a menor produção pela microbiota intestinal, diminuição na absorção ou pela menor ingestão dietética do precursor (vitamina K1). Além disso os autores acreditam que essa diminuição pode piorar a progressão da doença, embora isso necessite de mais estudo. Mas lembre-se, antes de tornar essa informação uma verdade absoluta, procure por um bom nutricionista!

Nutrição e acne

Um dos tratamentos usados em casos graves de acne é a isotretinoina (roacutan). Porém, seu uso está associado com alguns efeitos colaterais. Incluindo deficiências nutricionais. Esse estudo avaliando o efeito desse medicamento em 60 pessoas com acne demonstrou que após 4 meses de uso de isotretinoina, os indivíduos tinham níveis menores de vitamina B12, ácido fólico e um nível aumentado de homocisteína (associado com risco de doença cardiovascular). Ou seja, um acompanhamento nutricional em pacientes que estão usando isotretinoina é essencial! Procure seu nutricionista!