As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo, e uma das principais metas de tratamento para a redução do risco de desenvolvimento dessas doenças é a redução de colesterol. Para atingir essa meta alguns alimentos são foco de redução de consumo, e o ovo sempre sofreu “bullying” nesse contexto, por conter 140-230 mg de colesterol/ovo. Na tentativa de esclarecer melhor essa relação, os autores dessa revisão publicada em 2017 buscaram referências sobre o assunto, e concluíram que o consumo de até 6 ovos por semana não aumenta o risco de infarto, e outras várias publicações não observam nenhum risco cardiovascular associado ao consumo de ovo, sem determinar ingestão máxima semanal. O detalhe importante está na observação da presença dos polimorfismos dos genes ABCG5 e ABCG8, que indica uma “hiper-resposta” ao consumo de colesterol, e nesses casos o consumo de ovo de fato deve ser reduzido, pois interfere diretamente nos níveis de LDL. Ou seja, em alguns indivíduos o consumo exagerado de ovo pode sim trazer malefício. Mas, na maioria das pessoas, o ovo (que também tem inúmeros nutrientes importantes para a saúde) pode sim ser consumido na dieta. Por isso, mais do que do que nunca, lembre-se da individualidade bioquímica de cada paciente, e procure um bom nutricionista!!!