Várias estratégias que auxiliam a prática clínica do nutricionista têm surgido nos últimos anos, e uma delas é a detecção de risco para algumas doenças e condições clínicas a partir de exames genéticos. Mas será que esse tipo de abordagem gera resultados para os pacientes? E principalmente, será que essa informação de risco genético para doença gera um efeito maior do tratamento proposto? Foi buscando por essa resposta que essa publicação de 2017 avaliou o resultado do tratamento de emagrecimento em indivíduos com alteração no gene FTO (associado a obesidade) que sabiam dessa alteração, compararam com aqueles que portavam essa alteração, mas não foram informados, e com indivíduos sem essa alteração. Os autores avaliaram o peso e a circunferência da cintura (CC), além da genotipagem, e concluíram que ocorreu uma redução maior de peso e CC no grupo que foi informado sobre a presença da alteração genética, e que não houve nenhuma evidência clara de que o conhecimento do risco desempenhou um papel importante para esse resultado! Além disso os autores observaram um aumento da prevalência de obesidade nos indivíduos que tinham a alteração gênica, quando comparado com os indivíduos que não apresentavam essa alteração. Ou seja, mesmo sendo uma avaliação de risco, nos pacientes do estudo esse risco se expressava em alteração clínica! Mas lembre-se, antes de tornar essa informação um senso comum, consulte o seu nutricionista!